Desporto

Ganância em detrimento da segurança na origem do voo fatal de futebolista

Notícias de Coimbra | 3 anos atrás em 19-10-2021

O ministério público britânico acusou hoje o homem que organizou o voo fatal para o futebolista Emiliano Sala de ter agido por dinheiro, descurando a segurança, resultando daí o acidente no Canal da Mancha.

Segundo a acusação, David Henderson, de 67 anos, e que também é piloto, agiu com negligência na organização dos voos “quando a aeronave não estava autorizada a fazê-lo e quando utilizou um piloto não qualificado ou competente”.

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Em 2019, o avançado argentino do FC Nantes foi transferido para o Cardiff City por 17 milhões de euros e Henderson organizou, como operador, os voos de regresso de Cardiff a Nantes e da cidade gaulesa de volta ao País de Gales dois dias depois.

Ocupado e assim impossibilitado de voar a aeronave, David Henderson delegou essa missão num colega sem experiência nem capacidade para enfrentar as condições climatéricas severas que resultaram na queda na noite de 21 de janeiro.

A aeronave, um Piper PA-46 Malibu, privado, seria pilotada por David Obbotson, de 59 anos, cujo corpo nunca apareceu.

“Ibbotson não tinha uma licença de piloto comercial, a sua qualificação para [este] tipo de aeronave tinha expirado em novembro de 2018 e ele não era competente para voar nas condições meteorológicas que David Henderson conhecia”, vincou o promotor público, Martin Goudi.

O piloto perdeu o controlo da aeronave, que partiu durante o voo, durante uma manobra realizada em velocidade muito alta, “provavelmente” destinada a evitar o mau tempo para poder voar à vista, disse em março de 2020 o relatório final do British Aircraft Accident Investigation Bureau (AAIB).

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O corpo do antigo futebolista de 28 anos foi encontrado na carcaça do aparelho mais de duas semanas após o acidente, a 67 metros de profundidade, já depois das buscas oficiais terem terminado; seria a família a prosseguir com esse trabalho, que seria bem-sucedido.

O desastre comoveu o mundo do futebol e terá contribuído para o enfarte que vitimou o pai do atleta, somente três meses depois.

O julgamento, que começou na segunda-feira, deve durar duas semanas.

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