Coimbra
HOME de Mariana Ferreira em apresentação informal no Centro Cultural Penedo da Saudade
No sábado, 16 de outubro pelas 18h, no Auditório do Centro Cultural Penedo da Saudade, haverá a apresentação informal do projeto Home que Mariana Ferreira tem desenvolvido em colaboração com Ágatha Barbosa no marco das residências artísticas Contra|o||Tempo, promovidas por Linha de Fuga e, desta vez, acolhida pelo Centro Cultural Penedo da Saudade.
“A matéria fundadora desta criação é o conceito de lar, todos os tentáculos que dele brotam e como se altera, transforma, expande ou comprime”, explicam os responsáveis.
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Durante esta residência, a artista tem-se concentrado na concretização de encontros com pessoas imigrantes em Coimbra, encontradas a partir de um open call. Foram encontros onde cada participante partilhou com Mariana Ferreira os lugares que consideravam ser o seu lar antes do processo migratório, viajando até eles a partir do Google Street View e do Google Earth. Registados em vídeo, estes momentos são matéria de investigação para a construção de um espetáculo onde “a dramaturgia é feita a partir de cada interveniente do projeto” e a artista-criadora ocupa o lugar de “arquiteta de conteúdos, uma espécie de coreógrafa digital que compõe partituras feitas de conversas e informação”, nas suas próprias palavras. Vai, ainda, partilhar a sua própria relação, íntima e biográfica, com a palavra lar, confrontando a sua história com os vários temas encontrados durante cada conversa.
“Nesta apresentação informal, teremos oportunidade de ver a natureza dos vários discursos e abordagens possíveis a um tema tão vasto quanto multifacetado”.
Tudo começou com a escrita de Pin my places, durante o quarto laboratório de escrita para teatro promovido pelo TNDM II – Teatro Nacional D.Maria II. Um texto onde Mariana refletiu sobre várias formas de viajar (on e offline). Mais tarde, propõe-se a iniciar uma pesquisa a partir da questão “O que é um lar?” que partirá para a recolha de testemunhos. Este processo culmina na construção de um espetáculo com criação, dramaturgia e interpretação de Mariana Ferreira que estreará em Março no Pólo Cultural das Gaivotas, em Lisboa e conta, com vários apoios, entre os quais três residências artísticas: uma no Espaço do Tempo em Montemor-o-Novo, outra do Largo de Residências em Lisboa, e uma ainda no Laboratório Internacional de Arte Linha de Fuga, ainda em 2020.
Mariana Ferreira deu os primeiros passos na representação, completando o curso de formação de atores no TEUC – Teatro Académico de Coimbra e licenciando-se em Teatro na Escola Superior de Teatro e Cinema, ramo de atores. Participou em diversas peças como atriz e em 2020 escreveu a peça de teatro Pin my Places, publicada pelo Bicho do Mato Editora e levado ao palco do TNDM II com encenação de Rui Horta. Foi selecionada para a edição especial de dramaturgia da École des Maîtres entre Agosto de 2020 e Julho de 2021.
Ágatha Barbosa formou-se em letras, na Universidade de São Paulo e trabalhou como designer, arte-educadora, produtora de eventos, performer e DJ. Atuou em diversos festivais no Brasil e noutros tantos pelo mundo. Durante mais de 10 anos explorou sets “únicos e casulos sonoros próprios”. Em 2016 lançou o EP “Límibica” e em 2018 “Ato”, pela Tropical Twista Records. Atualmente vive em Lisboa, onde também se envolve com a música e a produção de eventos.
As Residências Artísticas Contra|o|Tempo promovidas por Linha de Fuga pretendem apoiar artistas cujos projetos foram iniciados no laboratório de criação e festival Linha de Fuga desenvolvido nos anos anteriores, e que tenham pertinência para o território.
Cada residência tem a duração entre 15 dias a 1 mês (preferencialmente) fazendo com que cada equipa artística viva e interaja com a cidade mas também dando um tempo de respiração a cada processo de criação artística, tentando evitar as correrias de constantes viagens para encontrar um lugar para criar.
Durante o mês de residência, abrirmos o processo de criação à cidade em dois momentos : através de “Conversas com a Academia”, um programa feito em parceria com o Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra em que juntamos académicos a falar com o artista em residência sobre o seu tema de criação e, no final da residência, abrimos as portas da criação através de uma apresentação pública informal do trabalho desenvolvido. Pretendemos, assim, criar relações entre processos e o seu território de criação.
Cada residência é feita em parceria com uma organização local. Até agora, colaborámos com Cena Lusófona e Bonifrates para a residência de Catarina Vieira; com o Conservatório de Música de Coimbra para a residência de Romain Beltrão Teule e com o Centro Cultural Penedo da Saudade para a residência de Mariana Ferreira.
A entrada é gratuita mediante reserva obrigatória para info@linhadefuga.pt
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