Autárquicas
Movimento independente Mais e Melhor à Mealhada quer acabar com “os anos de estagnação”
O Notícias de Coimbra deu oportunidade aos candidatos para darem a conhecer melhor as bandeiras que sustentam as suas candidaturas às câmaras municipais nestas eleições. António Jorge Franco, candidato à autarquia da Mealhada pelo Movimento Independente Mais e Melhor, diz, em entrevista escrita ao NDC, que os “últimos dois mandatos foram objetivamente anos de estagnação e mesmo de retrocesso”.
Que balanço faz do último mandato?
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Depois de um período amplamente reconhecido como de importantes avanços e de transformações por todo o município, os últimos dois
mandatos foram objetivamente anos de estagnação e mesmo de retrocesso, sem qualquer estratégia consistente, marcados pela anomia e por anúncios pomposos de natureza cíclica, de quatro em quatro anos.
Foram ainda anos de uma inversão na forma de relação com os munícipes, em particular com as freguesias, e pela opacidade de diversas opções do executivo. Diluiu-se de forma drástica a confiança dos munícipes nos representantes políticos, em resultado de promessas sucessivamente incumpridas e de tomadas de decisão inconsistentes e até mesmo incoerentes – de que a venda da Escola Profissional Vasconcelos Lebre, e nos termos em que o foi, terá sido o exemplo mais evidente.
O que ficou por fazer e, na sua opinião, era prioritário?
Acima de tudo, é prioritária a existência de uma estratégia de políticas públicas municipais de desenvolvimento sustentável, suportadas no conhecimento e nas melhores práticas, que alavanque o concelho da Mealhada e o projete num plano nacional e internacional – criando riqueza, valorizando o território e melhorando a qualidade de vida.
Estas políticas devem ser transversais aos vários eixos da ação política – economia, indústria, turismo, ambiente, ação social, cultura. Na verdade, é muito fácil constatar como todas as transformações com significado, no município da Mealhada, datam de mandatos anteriores.
O que faria diferente se tivesse sido presidente nestes últimos anos?
Seria exaustivo responder de forma cabal a esta questão, dado volume de diferenças que assinalaria. Seguramente, connosco haveria uma forma diferente de relação com os diversos atores da comunidade, uma relação marcada pela cooperação estreita, pelo respeito mútuo absoluto e pelo trabalho em equipa e em parecerias. Elenco algumas diferenças muito concretas: desde logo, o Movimento Mais e Melhor-Movimento Independente teria uma estratégia distinta para desenvolver o concelho, mais ambiciosa e que possuísse a confiança e o respeito dos diferentes agentes públicos e privados. Envolveríamos todos na promoção de um concelho desenvolvido, coeso, sustentável e solidário. Sentimos muito a falta desse envolvimento e dessa abertura.
De um modo claro, não teria sido vendida a Escola Profissional.
De um ponto de vista da intervenção no espaço público, teríamos uma abordagem mais moderna, focada na mobilidade, na acessibilidade e na valorização, potenciando os diversos espaços públicos propriedade do município, que, muito lamentavelmente, se encontram sem qualquer utilização ou projeto.
Connosco, o investimento seria seguramente uniforme em todo o território, não deixaríamos quase ao abandono aldeias e lugares que,
progressivamente, envelhecem e se desertificam.
Quais são as principais propostas que apresenta nesta candidatura e o que as diferencia das demais?
As nossas propostas definem-se a partir de três linhas orientadoras: empreendedorismo, sustentabilidade e equidade. Podem parecer princípios genéricos, mas é deles que o nosso programa de candidatura se articula com cada área de ação política. Na verdade, são uma outra forma de atuar e de nos relacionarmos com os projetos e os desafios que atravessam o nosso município. Ao mesmo tempo que nos confrontam, por contraste, com as atuais fragilidades – as quais importa mudar.
Traduzem uma forma ousada de considerar os agentes económicos, do setor social, cultural ou educativo, dando-lhes as condições ideais para serem muito mais competitivos e capacitados, não apenas num espaço local, mas cada vez mais a nível nacional (em alguns casos) e global (noutros). Contamos para isso com parcerias com diversos agentes da comunidade local e envolvente, desde empresários a agentes
associativos, setor público, privado e IPSS, Escolas e Instituições de Ensino Superior. Neste particular, a atenção à Mata Nacional do Bussaco, verdadeiro ex-libris do município, merecerá uma atenção especial, pela projeção global que, de forma muito justa, possui.
Tudo concebido de modo sustentável (económica, social e ambientalmente, desde logo), e sob as maiores exigências em termos de equidade e transparência, combatendo formas de desigualdade que são fatores de injustiça e de descredibilização da própria ação política.
A mero título de exemplo (dado o seu valor simbólico), iremos criar o pelouro das juntas de freguesia, cuja importância queremos, e muito,
reabilitar.
Que palavra escolheria para o definir, enquanto pessoa, político e candidato?
Escolheria três, uma para cada item: Empatia, Diálogo e Liderança.
Para além do candidato António Jorge Franco pelo Movimento Independente Mais e Melhor, também estão na “corrida” à Câmara Municipal da Mealhada: o recandidato Rui Marqueiro pelo Partido Socialista (PS), Hugo Alves Silva pela coligação “Juntos pelo Concelho da Mealhada” (PSD, CDS-PP, IL, Movimento Partido da Terra, Partido Monárquico), João Marques pela Coligação Democrática Unitária (CDU) e Fernando Silva pelo Bloco de Esquerda (BE).
O ato eleitoral para estas Eleições Autárquicas 2021 está marcado para o próximo domingo, 26 de setembro.
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