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Na Rússia, a Apple e Google removem aplicação da oposição depois de notificação judicial
Os gigantes da tecnologia Apple e Google cumpriram a lei russa e removeram a aplicação de telemóvel da oposição, que incentiva a votar contra candidatos no poder, disse hoje o Kremlin, no primeiro dia de eleições legislativas.
“Esta aplicação é ilegal no nosso país”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, em conferência de imprensa.
“As duas plataformas receberam notificações” que as levaram a cumprir “o espírito e a letra da lei”, acrescentou.
As autoridades russas já tinham aumentado, na quinta-feira, a pressão sobre as norte-americanas Google e Apple para que as empresas apagassem a aplicação ‘Navalny’ das suas plataformas antes das eleições legislativas que tiveram hoje início e vão decorrer durante o fim de semana.
Os deputados russos realizaram, na quinta-feira, uma sessão na Comissão do Senado para a Proteção da Soberania do Estado e Prevenção de Interferência nos Assuntos Soberanos da Rússia, que contou com a presença de representantes das empresas Google e Apple para se defenderem contra alegações de interferência nas eleições.
O argumento das autoridades russas é a aplicação conduz o utilizador diretamente à página “Voto Inteligente” elaborada pelo líder da oposição russo que se encontra preso, Alexei Navalny, para tentar derrotar para o partido no poder, Rússia Unida.
A iniciativa, que está em curso desde 2019 e incomoda o Kremlin, identifica por nomes e sobrenomes os candidatos com maior probabilidade de conseguir evitar a nomeação do representante do Rússia Unida, sejam eles liberais, comunistas ou nacionalistas.
No passado dia 10, o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo convocou o embaixador dos Estados Unidos na Rússia, John Sullivan, para uma reunião em que Moscovo transmitiu a “inadmissibilidade de ingerência nos assuntos internos” do país.
A base jurídica que a Rússia usa para bloquear a aplicação ‘Navalny’ e a sua página “Voto Inteligente” é que a rede de escritórios e duas organizações do líder da oposição, incluindo o Fundo Anticorrupção, foram proibidas pela Justiça russa em junho passado, quando um juiz os declarou “extremistas”.
As autoridades russas acusam ainda outras empresas americanas – como a Cisco e a Cloudflare – por ajudarem a contornar o bloqueio de páginas ‘online’ proibidas na Rússia, como o “Voto Inteligente”, para além de terem bloqueado seis outros aplicativos VPN (tecnologia que permite contornar mecanismos censórios na Internet).
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