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Cães de resgate encontraram um sobrevivente mas salvaram muitos socorristas nas torres gémeas 

Notícias de Coimbra | 3 anos atrás em 11-09-2021

Cerca de 300 cães de busca e salvamento estiveram nas operações de resgate do 11 de setembro de 2001 em Nova Iorque e, apesar de apenas encontrarem um sobrevivente, foram heróis no apoio aos socorristas.

O diretor executivo do Museu do Cão de Nova Iorque, Alan Fausel, destacou em entrevista à Agência Lusa, que a conexão entre humanos e cães é manifestada de diferentes formas durante as grandes tragédias, como foi o 11 de setembro, com cooperação efetiva nas operações de busca ou apoio emocional.

“Estes cães ajudam a trazer para fora a nossa humanidade, pelo facto de nos ligarem aos que mais amamos através do trabalho que desempenham”, declarou à Lusa Alan Fausel, no contexto de uma exposição decorrente de peças de arte sobre cães de busca e salvamento, em parceria com o American Kennel Club (AKC).

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“Em muitos casos, eles oferecem uma conclusão”, nomeadamente quando ajudam a encontrar alguém perdido “como uma criança no mato ou um caminhante que desapareceu”, ou até corpos sem vida.

Os cães de busca e salvamento que participaram nas operações de resgate na sequência do ataque terrorista de 11 de setembro de 2001 tiveram muita importância para os socorristas que saíam dos seus turnos de procurar sobreviventes e corpos entre os escombros das Torres Gémeas, segundo o diretor do AKC Museum of the Dog.

Num ambiente de terror e de emergência, entre os escombros dos dois edifícios mais altos de Nova Iorque, onde morreram 2.753 pessoas, a presença de animais ajudava as pessoas a exprimirem-se ou a aliviarem a pressão.

“Os cães acabavam por servir um propósito diferente, o de ajudar as pessoas que estavam em trabalho de procura e resgate. Quando saíam da pilha de destroços, depois dos seus turnos, viam os cães e interagiam imediatamente”, relatou Alan Fausel à agência Lusa.

“Na verdade, os cães ajudaram a salvar as pessoas que estavam a ­­­trabalhar”, considerou o responsável.

“Em todo este processo, o que eu aprendi sobre cães de resgate no World Trade Center, foi que por não estarem a encontrar sobreviventes, os cães ficavam desgastados e frustrados”, recordou ainda Alan Fausel. Para encorajar os animais, por vezes encenavam-se resgates simulados, para lhes dar a sensação de estarem a cumprir o seu trabalho com sucesso e para retomarem o entusiasmo.

A exposição “9/11 Remembered: Search and Rescue Dogs”, aberta de 01 de setembro até 02 de janeiro próximo, começou com um programa de peças de arte concebidas em 2002, pouco tempo depois do atentado terrorista de 11 de setembro, encomendadas a vários artistas.

Em 2002 foram colocadas em vários pontos de Nova Iorque 111 esculturas de cães de busca e salvamento, que ilustravam a importância de ter cooperadores de quatro patas e de sentido olfativo extremamente apurado, entre outros talentos. As peças chamaram a atenção dos cidadãos, que deixavam ramos de flores e que faziam doações.

Posteriormente leiloadas, as esculturas totalizaram “cerca de 3,5 milhões de dólares”, empregues para financiar vários programas do AKC e várias formas de ajuda para cães de busca e salvamento.

Na exposição, nos primeiros dois andares do edifício 101 Park Avenue, encontram-se pinturas, esculturas e outras peças relativas ao 11 de setembro, “mas também contexto, como esculturas da primeira metade do século 20, artefactos da II Guerra Mundial, pinturas do século 19, tudo sobre cães de busca e salvamento”, referiu Alan Fausel.

“A nossa missão é colocar tudo em contexto, não só cães de busca e salvamento do 11 de setembro, mas diferentes raças, cães e alguns dos mais famosos na história”, acrescentou o responsável, indicando que o AKC financia e patrocina vários programas para cães de resgate ou para o treino dos animais especializados.

“Trabalhando em conjunto, cães e humanos alcançaram tarefas que nenhum poderia fazer sozinho”, pode ler-se num dos painéis informativos afixados no museu de Nova Iorque.

“Hoje, contamos com cães para inúmeras tarefas. Os seus fortes narizes encontram tudo, desde bombas, a crianças perdidas, a bactérias mortais e cancro. Eles ajudam a manter o Estado de lei e confortam-nos nos tempos mais sombrios”, destaca ainda o AKC Museum of the Dog.

 

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