Desporto
Presidente da FIFA pede que se “proteja a saúde” dos jogadores
O presidente da FIFA, Gianni Infantino, pediu hoje que se “proteja a saúde” dos jogadores, um dia após a suspensão do Brasil-Argentina, de apuramento para o Mundial2022 de futebol, devido à intervenção das autoridades sanitárias brasileiras.
“Estas situações que vivemos, por estes dias, com a libertação de atletas [para representarem as seleções, dada a pandemia de covid-19], demonstram-nos que temos de fazer alguma coisa, proteger a saúde dos jogadores, proteger as seleções, e é preciso boa vontade de todos. Esta janela de setembro não foi ideal e vamos procurar um melhor equilíbrio para outubro, novembro, o próximo ano”, declarou.
O líder da FIFA, que hoje já lamentou e repudiou os problemas em torno da suspensão do encontro, prestou uma declaração em vídeo no arranque da assembleia-geral da Associação Europeia de Clubes (ECA, na sigla inglesa).
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), acompanhada com elementos da polícia, irrompeu no relvado do jogo em São Paulo, alegando que quatro futebolistas argentinos não cumpriram as regras do combate à pandemia de covid-19, depois de já terem sido instados a ficar em quarentena no hotel.
Os eternos rivais sul-americanos enfrentavam-se em São Paulo, na Arena Neo Química, em jogo de apuramento da zona sul-americana para o Mundial2022, interrompido quando estavam decorridos cinco minutos.
O sucedido numa partida entre “as duas equipas mais gloriosas da América do Sul” marcou um momento de “loucura”, mas também foi um exemplo dos “desafios que apresenta a covid-19” a clubes, associações continentais e governos, declarou Infantino.
A Anvisa acusa quatro jogadores do conjunto albiceleste, que jogam em Inglaterra, de terem fornecido “informações falsas” nos dados de entrada no Brasil, ao não revelarem a permanência em solo britânico nos 14 dias anteriores, facto que obrigaria a um período de quarentena, já que o país está na lista vermelha do Brasil na luta contra a covid-19.
Giovanni Lo Celso e Cristian Romero, treinados no Tottenham pelo português Nuno Espírito Santo, Emiliano Martínez e Emiliano Buendia, que atuam no Aston Villa, são os futebolistas visados pelas autoridades.
Os quatro jogadores foram colocados em quarentena quando chegaram ao Brasil, tendo também sido aconselhados a “regressar ao país de origem”.
Depois de alguma discussão, a equipa da Argentina abandonou o relvado do encontro, enquanto os jogadores do Brasil ficaram em campo a realizar um treino.
Os argentinos, escudados pela autorização da Confederação Sul-Americana de Futebol (CONMEBOL), negaram qualquer conduta imprópria e o presidente interino da Confederação Brasileira de Futebol, Ednaldo Rodrigues, considerou que a Anvisa “excedeu os limites do bom senso” ao interromper o jogo.
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