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A Temporada de 2014-15 do Teatro Académico de Gil Vicente abre com o projeto École des Maîtres, uma iniciativa única de formação avançada no domínio das artes performativas no panorama europeu, que o TAGV acolhe em Portugal pela terceira vez consecutiva.
Além dos países presentes em ocasiões anteriores (França, Itália, Portugal e Bélgica), a 23ª edição integra a Croácia como novo membro. A direção é assumida em 2014 pela dupla artística italiana ricci/forte, criadores que pensam a contemporaneidade no território híbrido do teatro e da performance, com um trajeto.
De 8 a 17 de setembro, um grupo extraordinário de jovens atores estará em formação no TAGV e no dia 18 de outubro o público em geral poderá aferir o processo de criação em curso, assistindo ao espetáculo JG Matricule 192102, revisitação apocalítica das paisagens humanas criadas por Jean Genet na sua escrita ficcional, nomeadamente em Nossa Senhora das Flores,Disputas, Diário do Ladrão, Milagre da Rosa e Cerimónias Fúnebres, entre outros.
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A proposta para o dia 25 de setembro é também singular, pois coincide com uma ocasião para observarmos como o Teatro da Garagem, coletivo marcante na cena portuguesa ao longo das últimas décadas, se dispõe a um exercício que junta autoanálise e demanda sobre o significado (social, político, psicanalítico) que o espaço oblíquo da garagem congrega, especialmente enquanto lugar que sinaliza caminhos e formas emergentes de sentir. Por isso estas Festas de Garagem (e não “da” garagem) de algum modo convocam todo o país acelerado dos anos noventa, incluindo as maleitas festivas e adolescentes de uma sociedade em mudança. Com texto e encenação de Carlos J. Pessoa, este espetáculo foi coproduzido ainda pelo Teatro Nacional D. Maria II.
O Cinema à Segunda tem em setembro encontro marcado com Yasujiro Ozu, a quem dedicamos um ciclo, composto por três filmes em versões digitais e restauradas, sendo dois filmes exibidos no dia 22 de setembro (Bom Dia e A Flor do Equinócio) e um terceiro filme no dia 29 (O Fim do Outono). Os títulos apresentados convocam de modo evidente as questões geracionais presentes no Japão do pós-Guerra e coincidem com a mestria técnica e narrativa de Ozu na sua derradeira etapa criativa. A programação de cinema termina com a sessão noturna do dia 29 de setembro, trazendo a Coimbra a estreia nacional deViolette, de Martin Provost. Centrado na figura de Violette Leduc, o filme explora os seus demónios pessoais e criativos, em diálogo assumido com o feminismo histórico, a pessoa e a obra de Simone de Beauvoir.
O verão despede-se uma vez mais com a Gala Internacional de Magia, momento alto dos Encontros Mágicos – Festival Internacional de Magia de Coimbra, evento de referência que Luís de Matos alimenta e promove na cidade e no país desde o ano de 1998.
Compensando a austeridade rítmica de setembro, o mês de outubro decorre em grande espírito musical, com presenças destacadas: logo no dia 3, colocamos à prova The Black Mamba e no dia 21 será a vez de Frankie Chavez, um dos talentos mais promissores dos últimos anos, para mais um concerto a agendar, dedicado seu novo álbum Heart & Spine. Em registo clássico mas não menos envolvente, apresenta-se a 24 a Orquestra Ligeira Opus 21, em regime Big Band, sob a direção musical de Evaristo Neto. Opus 21 é parte integrante da Associação António Fragoso, com quem o TAGV mantém uma parceria formativa.
O teatro partilha com a música o protagonismo no mês de outubro. No dia 5, Simão Do Vale junta-se à galeria infinita dos interlocutores shakespearianos, acompanhado pela atriz italiana Flammetta Bellone na interpretação. Os Artistas Unidos regressam finalmente a Coimbra, com um trabalho pleno de intenções em torno do texto original de Tennessee Williams Gata em Telhado de Zinco Quente. Jorge Silva Melo reuniu um vasto coletivo para nos colocar perante uma interrogação inquietante, que sinaliza simultaneamente duas linguagens e duas tradições artísticas: será possível devolver ao teatro aquilo que aparentemente o cinema fixou para sempre? No dia 28 e 29 acolhemos em duas sessões o riso satírico de Shakespeare, com As Alegres Comadres de Windsor, última produção da Bonifrates, que agora se transpõe para o palco do TAGV, com encenação de João Maria André.
Outubro é também o mês da Festa do Cinema Francês. Entre os dias 6 e 10 avançamos de novo para um mergulho na cultura cinematográfica francesa, com atenção especial aos percursos de Marcel Pagnol (1895-1974) e Alain Resnais, falecido em março do ano passado. O Cinema à Segunda prolonga mais ainda esta abertura festiva, com a exibição de Um Castelo em Itália (2013), de Valeria Bruni-Tedeschi e de Ela Está de Partida (2013), de Emmanuelle Bercot. Uma estreia absoluta é também a apresentação no dia 18 de cinco filmes da série Masha e o Urso, numa parceria inédita entre o TAGV e o Centro de Estudos Russos da FLUC.
Refiram-se ainda as actividades que integram o Projeto Educativo. No âmbito do Centro de Dramaturgia Contemporânea, Ricardo Correia orienta no dia 30 de outubro uma sessão de Leituras Encenadas, a partir dos textos produzidos na Oficina com Patrícia Portela, dramaturga residente no para o biénio 2014-15. Por seu lado, após um ano intenso de troca de experiências, nos dias 9 e 10 de outubro, o seminário e a inauguração, respetivamente, sobre as criações que resultaram do workshop Instalação, Fotografia e Som, numa rede de instalações que unindo cinco espaços diferentes na cidade.
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