O Bloco de Esquerda (BE) irá propor a criação de uma carreira especializada de sapador florestal, caso o Governo não o faça, afirmou hoje a coordenadora bloquista Catarina Martins.
“O Governo não avançou ainda com nenhuma proposta de carreira, o que eu vos posso garantir é que, a manter-se este impasse, o Bloco de Esquerda não deixará de propor essa carreira”, disse Catarina Martins.
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Em declarações aos jornalistas junto ao miradouro da Bandeira, na serra da Boa Viagem, Figueira da Foz, e à margem de um encontro com equipas de sapadores florestais, elementos da Proteção Civil e o presidente da Câmara Municipal, a líder do BE lembrou que o partido “tem acompanhado” a reivindicação de uma carreira de sapadores florestais no país, que “reconheça a sua especialização e as suas qualificações” e lhes faça corresponder uma remuneração correspondente “às responsabilidades e à especialização que têm”.
De acordo com Catarina Martins, um dos problemas de Portugal não ter as 500 equipas “que era considerado um mínimo para se começar a construir uma resposta de sapadores florestais em todo o país tem a ver, também, com o facto de não existir carreira”.
“Como compreendem, é difícil encontrar mão-de-obra especializada que queira estar a trabalhar em sítios do território, muitas vezes despovoados, pelo salário mínimo nacional, e sem que se cumpram direitos laborais básicos”, argumentou Catarina Martins.
“Para termos as equipas de sapadores florestais, naturalmente temos de reconhecer a especialização, a qualificação e ter carreiras e salários que permitam às pessoas que têm vontade dedicar-se a este trabalho que é tão fundamental para o nosso país”, reafirmou.
A coordenadora do Bloco apontou ainda que “há condições de precariedade”, exemplificando com a situação de uma sapadora florestal com quem contactou hoje, a qual fez formação, “trabalha três anos e depois é despedida, fica sem emprego”.
“Ora, isto é um absurdo. Porque as pessoas investem a sua vida numa profissão de que Portugal precisa tanto, sapadores florestais. Têm a formação, (…) o próprio Estado investe na formação da pessoa e depois, com a precariedade, as pessoas ficam sem emprego, perdemos todos o investimento, tanto o que o trabalhador fez, como o que o Estado fez na sua formação. (…) É um autêntico desperdício e um profundo desrespeito por estes trabalhadores e pela necessidade do país de sapadores florestais e de prevenção de incêndios”, adiantou Catarina Martins.