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Coimbra: Produtores de milho do Mondego reclamam ao Governo pagamento de incentivos
Os produtores de milho do vale do Mondego, no distrito de Coimbra, apelaram hoje à ministra da Agricultura para que mantenha a promessa de iniciar em 2022 os pagamentos dos incentivos à produção.
Em comunicado, a Cooperativa Agrícola de Coimbra lamenta que a decisão de iniciar no próximo ano os pagamentos ligados à produção de milho, anunciada pela ministra Maria do Céu Antunes em junho, tenha sido revertida nos últimos dias.
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“Os homens do Mondego são homens simples, mas são homens de palavra, que veem com grande indignação não se honrar um compromisso assumido, pelo que apelam à senhora ministra que reveja a posição do seu ministério e que faça cumprir o que anunciou publicamente”, refere.
Segundo a cooperativa, o pagamento das ajudas à produção de milho, que tem sido severamente afetada desde 2016, “de certa forma mitigava as perdas anunciadas com a convergência interna das ajudas a 100%” prevista até 2027, no âmbito da reforma da PAC (Política Agrícola Comum da União Europeia).
“Estando certos que o bom senso vai imperar e que esta medida vai ser aplicada, mas apelamos também aos presidentes das câmaras municipais da região do Mondego (Coimbra, Montemor-o-Velho e Soure) que defendam os seus munícipes e que tudo façam para tornar uma realidade a implementação desta ajuda, já em 2022, tão importante para os agricultores desta região”, lê-se na nota.
Os produtores do Baixo Mondego recordam que a região foi particularmente afetada pelas inundações de 2016, os incêndios de 2017, a tempestade Leslie de 2018 e as cheias do final de 2019, “que tornaram a agricultura nesta zona extremamente difícil”.
“Como se não bastassem estes fenómenos naturais devastadores, a convergência adotada na última reforma da PAC, que se iniciou em 2013, traduziu-se numa quebra de ajudas ao rendimento dos produtores de milho na ordem dos 30%, ao longo dos últimos sete anos”, acrescenta.
A Cooperativa Agrícola de Coimbra salienta que o vale do Mondego é constituído por uma estrutura fundiária de pequena dimensão, envolvendo cerca de 1.500 agricultores, que possuem explorações com uma área média a rondar os cinco hectares.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da Cooperativa Agrícola de Coimbra, Pedro Pimenta, disse que a convergência interna das ajudas a 100% prevê que, no caso da estrutura minifundiária do vale do Mondego, os direitos de produção (por hectare) baixem consideravelmente, em detrimento da subida dos apoios noutras zonas do país.
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