Desporto
Portugal venceu mais do que perdeu no ‘mata mata’ em Europeus
A seleção portuguesa de futebol já disputou 14 jogos a eliminar em fases finais do Europeu e saiu por cima em oito, para seis eliminações, incluindo finais, da desgraça de 2004 à glória de 2016.
Dos 14 ‘mata mata’ disputados, a formação das ‘quinas’ só decidiu metade nos 90 minutos, adiando quatro para o prolongamento – passou em metade – e três para o desempate por grandes penalidades, nos quais prevaleceu em dois.
A história começou em 1984 e teve um início ‘trágico’ para Portugal, que perdeu com a França por 3-2, após prolongamento, nas meias-finais, depois de se ter adiantado (2-1) já no tempo extra, com um ‘bis’ de Jordão providenciado por Chalana.
Na parte final, o improvável Jean-François Domergue também chegou ao ‘bis’ e, com os penáltis à vista, aos 119 minutos, Michel Platini acabou com o ‘sonho’ luso, na estreia em Europeus.
Portugal só voltou em 1996, já alicerçado na ‘geração de ouro’, os vencedores dos mundiais de juniores de 1989 e 1991, e voltou a ‘cair’ ao primeiro jogo a eliminar, desta vez a contar para os quartos de final.
Um ‘chapéu’ de Karel Poborsky, que viria a jogar no Benfica, a Vítor Baía selou o triunfo da República Checa por 1-0.
A formação das ‘quinas’ teve, assim, de esperar por 2000 para vencer um jogo a eliminar num Europeu e conseguiu-o sem aparentes dificuldades, nos ‘quartos’, ao vencer a Turquia por 2-0, com um ‘bis’ de Nuno Gomes, oferta de Figo, e Baía a parar um penálti.
Nas meias-finais, voltou, porém, a França, que se impôs novamente no prolongamento (2-1), e depois de ter estado a perder. Nuno Gomes adiantou Portugal, mas Thierry Henry empatou e Zinédine Zidane decidiu de penálti de ‘ouro’, aos 117 minutos.
Em 2004, o primeiro ‘mata mata’ foi para a lenda, com Portugal a impor-se à Inglaterra, de Sven-Goran Eriksson, nos penáltis, com Ricardo a marcar o 6-5, depois de defender sem luvas, num desempate em que Hélder Postiga evitou o ‘adeus’ à ‘Panenka’.
Nos 120 minutos, Michael Owen adiantou muito cedo (três minutos) os ingleses, com Postiga, perto do fim (83), a forçar o prolongamento, no qual um ‘golão’ de Rui Costa (110) selou a reviravolta, antes de Frank Lampard fazer o 2-2.
Depois de tão intensas emoções, as meias-finais acabaram por ser tranquilas, com Portugal a impor-se aos Países Baixos por 2-1, com tentos de Cristiano Ronaldo e Maniche, autor de um ‘golão’. Jorge Andrade ainda marcou na própria baliza.
Faltava ganhar um jogo, a final, para vingar o desaire (1-2) no jogo de abertura, mas, mais uma vez, foi a Grécia a vencer, graças a um cabeceamento de Charisteas, na sequência de um canto, com a defesa lusa e Ricardo a comprometerem.
Em 2008, o primeiro jogo a eliminar voltou a ser o último, como em 1984 e 1996, já que Portugal perdeu nos ‘quartos’ por 3-2 face à Alemanha, que liderou por 2-0 e 3-1. Na despedida de Luiz Felipe Scolari, marcaram Nuno Gomes e Hélder Postiga.
Na edição de 2012, os ‘quartos’ foram com a República Checa e Portugal justificou o favoritismo, ainda que vencendo por tangencial 1-0, selado de cabeça, em mergulho, por Cristiano Ronaldo, aos 79 minutos, servido por João Pereira.
Depois, as ‘meias’, com a Espanha, foram uma ‘batalha’, com escassas oportunidades em 120 minutos, que se resolveu nos penáltis, com a equipa então campeã europeia e mundial em título a ganhar por 4-2 – falharam João Moutinho e Bruno Alves.
No Euro2016, Portugal conseguiu, finalmente, chegar ao seu primeiro título, mas num percurso com muitas dificuldades, logo nos ‘oitavos’ – introduzidos nessa edição -, em que só ultrapassou a Croácia (1-0) com um golo aos 117 minutos, de Ricardo Quaresma.
A Polónia foi o adversário nos ‘quartos’ e foi ainda mais difícil seguir em frente, o que só aconteceu nos penáltis, num triunfo por 5-3, depois de, nos 90 minutos, Renato Sanches ‘anular’ o tento madrugador de Robert Lewandowski.
O único jogo tranquilo – em todo o Europeu – foi o das meias-finais, com o País de Gales, que Portugal venceu por 2-0, ainda que com dois golos marcados na segunda parte, o primeiro de Cristiano Ronaldo, em ‘altitude’, e o segundo de Nani.
Depois, chegou a final do contentamento luso e que começou da pior forma, com a lesão prematura de Ronaldo. Aos 79 minutos, entrou Éder, que, aos 109, marcou aquele que é o golo mais marcante da história do futebol português, frente à anfitriã França, em pleno Saint-Denis. E Portugal ficou a ganhar 8-6 no ‘mata mata’.
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