O secretário-geral do PS, António Costa, defendeu hoje que os Açores terão um papel central no combate às alterações climáticas, o que considerou ser o principal desafio mundial deste século.
“A questão das alterações climáticas é o maior desafio que se coloca à humanidade nas próximas décadas e eu diria mesmo neste século, e no estudo e no conhecimento que é necessário termos para enfrentar esse desafio os Açores têm uma posição central”, afirmou.
António Costa falava, em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, perante militantes e autarcas socialistas, na apresentação da moção de orientação política, que leva ao Congresso do PS, nos dias 10 e 11 de julho.
Para o secretário-geral socialista, que é também primeiro-ministro, as alterações climáticas são um desafio estratégico para o país e para os Açores, pela sua “centralidade oceânica”, e serão um “ponto incontornável” do “esforço internacional para enfrentar este desafio ao longo das próximas décadas”.
“Para isso precisamos de ter uns Açores abertos ao mundo, que sejam um ponto entre a Europa e a América, que, sendo geograficamente ultraperiféricos, se saibam afirmar no centro da União Europeia”, sublinhou.
Acompanhado pelo ex-presidente do Governo Regional dos Açores, Vasco Cordeiro, António Costa destacou os projetos desenvolvidos nos últimos anos nessa área, como a instalação na ilha Terceira do Air Centre, a criação da lei do espaço e da Agência Portuguesa do Espaço, instalada na ilha de Santa Maria, e o lançamento do concurso para o porto de lançamento de microssatélites na mesma ilha.
“Foi por essa posição única dos Açores que definimos, entre o Governo da República e o então Governo Regional, que tínhamos de utilizar os Açores como uma grande plataforma do conhecimento, da investigação, da inovação, seja no estudo do mar profundo, do espaço ou das alterações climáticas”, salientou.
“Este trabalho não foi em vão, não vamos deixar cair este trabalho na rua, vamos prossegui-lo, vamos levá-lo em frente. Portugal, os Açores e os açorianos vão todos beneficiar com este trabalho”, acrescentou, dirigindo-se a Vasco Cordeiro, que deixou de liderar o executivo açoriano em novembro de 2020.
O secretário-geral socialista destacou, por outro lado, o “desafio autárquico” que o partido terá pela frente, alegando que “grande parte da capacidade de executar o conjunto de fundos comunitários que o país vai dispor” depende do que façam os autarcas.
“É um trabalho e um desafio fundamental que o Partido Socialista tem e uma enorme responsabilidade de continuarmos a ser o maior partido nas freguesias, o maior partido nos municípios e o único partido verdadeiramente nacional em termos autárquicos”, afirmou, acrescentando que o PS é o partido que tem a presença autárquica “mais forte” em todas as regiões do país.