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Presidente da Lusa quer lançar as bases para modelo estável de financiamento
O novo presidente do conselho de administração da Lusa comprometeu-se hoje a lançar as “primeiras bases” de um modelo estável de financiamento, que garanta à agência de notícias uma maior autonomia e independência de gestão.
“A gestão orçamental criteriosa tem de continuar a ser uma prática fundamental, visando uma posição económica e financeira sustentável”, que permita o financiamento para o segundo semestre de 2021, a implementação do Orçamento 2021/23, hoje aprovado, e a celebração do novo contrato-programa com o Estado, avançou Joaquim Carreira.
Numa nota enviada aos trabalhadores da agência, o novo presidente do conselho de administração, que substituiu Nicolau Santos, elencou entre as metas a atingir a candidatura da Lusa a “programas internacionais, nomeadamente ao Plano de Recuperação e Resiliência” (PRR), e o lançamento das “primeiras bases para um modelo estável de financiamento, de modo que haja uma maior autonomia e independência na gestão”.
No dia em que se realizou a Assembleia-Geral que nomeou os novos órgãos sociais, Joaquim Carreira reconheceu ainda que as “condições difíceis e que a falta de quadros” impedem a Lusa de “fazer melhor, como um todo”.
“Todos conhecem os circunstancialismos da nossa ação, mas tudo farei para que seja exequível contratar, de modo a dar mais estabilidade à redação. Nada será possível de uma só vez, mas prometo que na minha agenda estará sempre o reforço do trabalho da redação”, assegurou.
Joaquim Carreira salientou também o objetivo de “ver a Lusa reconhecida como uma das melhores empresas para trabalhar em Portugal”, através da valorização dos recursos humanos e da redefinição de um novo modelo de organização do trabalho, fruto da situação pandémica, entre outras medidas.
O presidente da Lusa pretende ainda promover um “amplo debate sobre todas as formas de discriminação de acordo com os valores intrínsecos da Lusa e apresentar um plano de medidas, quer a nível interno quer a nível externo, a ser implementado para fazer face a este flagelo”, assim como manter a aposta na modernização tecnológica da agência e na sua transformação digital.
Os acionistas da Lusa elegeram hoje Joaquim Carreira presidente da agência de notícias e aprovaram o Plano de Atividades e Orçamento (PAO).
Entre os pontos que estavam na ordem de trabalhos da reunião magna estavam a eleição dos novos órgãos sociais, a aprovação do PAO e a remuneração dos órgãos sociais.
No que respeita aos novos órgãos sociais, os acionistas elegeram Joaquim Carreira, que era até à data diretor de áreas de suporte da Lusa, cujo nome tinha sido indicado pelo acionista maioritário Estado.
Foram ainda eleitos Paulo Saldanha, em representação da NP – Notícias de Portugal, e Helena Ferro de Gouveia, em nome da Global Media.
No entanto, o Conselho de Administração não ficou completo, faltando ainda os ministérios das Finanças e da Cultura indicarem os seus representantes.
A reunião para eleger estes dois últimos representantes está agendada para 14 de junho.
O Estado detém 50,15% da Lusa, estando o restante capital repartido entre a Global Media (23,36%), a Impresa (22,35%), NP – Notícias de Portugal (2,72%), Público (1,38%), RTP (0,03%) e Empresa do Diário do Minho (0,01%).
No início do ano, a Impresa anunciou a celebração de um contrato-promessa com a Páginas Civilizadas, empresa do grupo Bel, do empresário Marco Galinha, que é acionista da Global Media e seu presidente, para a venda da sua posição na Lusa, por 1,25 milhões de euros.
No final de março, o Conselho Geral Independente (CGI) anunciou que Nicolau Santos e o administrador da RTP Hugo Figueiredo eram os nomes escolhidos para integrar o novo Conselho de Administração da RTP.
Em 27 de abril, o CGI indigitou a nova administração da RTP, que será presidida por Nicolau Santos, e conta com Ana dos Santos Dias, que transita da equipa anterior, com o pelouro financeiro.
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