Justiça
Condutor acusado de atropelamento mortal diz que fugiu em pânico
Um automobilista de 29 anos acusado de ter atropelado mortalmente há cinco anos um peão em Aveiro admitiu hoje em tribunal que fugiu do local sem prestar auxílio à vítima, porque ficou em pânico.
Durante a primeira sessão do julgamento, que está a decorrer no Tribunal de Vagos, no distrito de Aveiro, o arguido começou por dizer que não se apercebeu que tinha batido numa pessoa, adiantando que o seu único pensamento, no momento, foi dirigir-se para casa.
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“Só quando cheguei a casa vi o estado do carro e percebi que tinha apanhado alguém”, disse o arguido, que está acusado de um crime de homicídio por negligência e outro de omissão de auxílio.
Contudo, após muita insistência da juíza e depois de ter falado à parte com o seu advogado, acabou por admitir que teve a perceção que tinha batido numa pessoa e entrou em “pânico”, adiantando que não reagiu da melhor forma.
Questionada pela juíza, o arguido contou que antes do acidente tinha estado num café, em Aveiro, a conviver com amigos, tendo bebido cerca de 10 cervejas.
No entanto, rejeitou que estivesse embriagado, afirmando que se sentia “capacitado” para conduzir, mas não foi capaz de dar outra explicação para não ter visto o peão a atravessar a passadeira.
“É preocupante que o senhor a esta distância não se tenha apercebido que estava embriagado”, constatou a juíza, lembrando que o arguido acusou uma taxa de pelo menos 1,54 gramas por litro de álcool no sangue.
O acidente ocorreu no dia 26 de agosto de 2016, pelas 22:40, quando o arguido conduzia um automóvel na estrada principal de São Bernardo, em Aveiro.
Segundo a acusação do Ministério Público (MP), a vítima estava a atravessar uma passadeira, quando foi colhida pela viatura do arguido, que “não reduziu a velocidade, nem fez qualquer travagem”.
Com o embate, a vítima foi projetada contra o para-brisas e o tejadilho da viatura e caiu no solo 27 metros depois da passadeira, tendo o arguido prosseguido a marcha e fugido do local.
O MP diz que o arguido circulava “desatento, com total falta de perceção do seu campo visual, designadamente de visualização do peão a atravessar a passadeira”.
Menos de uma hora depois do acidente o arguido foi abordado por agentes da PSP na sua residência, tendo sido identificado e efetuada inspeção ao seu veículo.
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