Coimbra
SOS Pessoa Idosa aumenta em 22% os pedidos de ajuda. Ligue 800 990 100
No dia 21 de maio a Linha SOS Pessoa Idosa comemora sete anos de atividade e desde 2014 até final de 2020, contabilizam-se 1659 contactos, que resultaram na abertura de 1381 processos internos e na realização de 2216 articulações divulga a Fundação Bissaya Barreto.
Em 2020, ano marcado pela pandemia, o serviço registou 404 pedidos de ajuda, em 2019 foram 331. No último ano contabilizam-se 368 processos internos abertos, encaminhados 336, que estão a ser acompanhados por várias entidades, e 637 articulações interserviços, com IPSS, com a Segurança Social, redes locais de intervenção, autarquias, unidades de saúde, forças de segurança, entre outros.
Durante este período 58% das denúncias de situações de violência sobre mulheres idosas representam a maioria dos casos. 70% destas mulheres estão em situação de viuvez, com uma média de idades entre os 75 e 84 anos (48%) e vivem sozinhas (63%).
Grande percentagem das vítimas não tem rede de suporte formal ou é desconhecida, e apresentam um grau de demência ou outro tipo de declínio cognitivo, como o Alzheimer, deterioração cognitiva causada por AVC. Em relação às denúncias, foram realizadas via telefónica 49%, via e-mail 48% e presencialmente 3%; em 19% dos casos são feitas pela/o própria/o, pelos vizinhos 18% e pelos filhos 15%.
Nas denúncias efetuadas ao Serviço SOS Pessoa Idosa, no ano de 2020, 20% são de violência institucional.
Cerca de 70% dos indivíduos maltratantes continuam a ser familiares. 47% dos agressores denunciados são homens e 53% filhos das vítimas, o que representa um decréscimo de 3% em relação ao ano anterior.
Os agressores têm, em média, 50 anos, sendo o intervalo de idades mais frequente o que se encontra compreendido entre os 50 e os 59 anos, e 31% dos indivíduos identificados são solteiros.
Em conjunto com a Procuradoria-Geral Distrital de Coimbra – Ministério Público, foram trabalhados 31 processos, com a Procuradoria a ser responsável por 12% das sinalizações realizadas ao Serviço SOS Pessoa Idosa.
Como formas de violências mais frequentes, de acordo com o reconhecimento realizado pelo SOS Pessoa Idosa, a violência psicológica (27%) é a mais comum, com uma diminuição de 11% face a 2019, seguida da negligência (recusa ou omissão de prestação de cuidados, como alimentação, higiene e saúde) (27%), do abuso financeiro (14%), violência física (12%) e abandono (6%).
O distrito com mais pedidos de ajuda e denúncias é o de Lisboa (26%), seguindo-se os distritos de Porto (17%), Setúbal (11%) e Coimbra (10%).
O denunciante, toda e qualquer pessoa que contacta o Serviço, a fim de responsabilizar alguém por um crime ou relatar a situação de violência sentida pela vítima e/ou testemunhada por terceiros, pode ou não identificar-se, o que não permite, por vezes, traçar o perfil de quem realiza a denúncia. No entanto, é possível verificar que 18% dos denunciantes integram a comunidade próxima da vítima sendo, na sua generalidade, vizinhos e amigos. Os filhos denunciam cerca de 15% dos casos. Com estes resultados depreende-se que a proximidade com o contexto onde ocorre a violência ou a afinidade com a vítima é fundamental para a sinalização de situações que necessitam de proteção e intervenção. Em 19% dos casos é a própria vítima que denuncia a situação.
O Serviço SOS Pessoa Idosa é uma resposta de intervenção social que integra uma linha, nacional e gratuita, de atendimento telefónico 800 990 100, um serviço de atendimento direto e personalizado e um serviço de mediação familiar. O Serviço, que garante o anonimato das pessoas que apelam, tem por objetivo principal apoiar e responder aos apelos de pessoas que vivem situações de violência nas suas diversas manifestações ou delas tiveram conhecimento, disponibilizando vários meios e instrumentos de comunicação. Em complementaridade e articulação com o Serviço SOS Pessoa Idosa existe também a Linha SOSolidão – 800 91 29 90.
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