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Indígena brasileiro vai debater mudanças climáticas no Congresso Mundial de Arquitetos

Notícias de Coimbra com Lusa | 4 anos atrás em 16-05-2021

O indígena brasileiro Ailton Krenak, uma das principais vozes do ativismo ambiental, debaterá as alterações climáticas na terceira semana do 27.º Congresso Mundial de Arquitetos, que arranca na segunda-feira, sob o eixo temático “Mudanças e Emergências”.

Nesta que é a terceira semana do Congresso, que teve início em março, serão abordadas as novas tecnologias, as mudanças climáticas, a exigência de sustentabilidade, diferentes formatos e estruturas para o trabalho, com equipas multidisciplinares e processos participativos, entre outras transformações que o mundo contemporâneo atravessa.

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Em declarações à agência Lusa, Igor de Vetyemy, comissário-geral do 27.º Congresso Mundial de Arquitetos (UIA2021RIO), explicou que, para o eixo desenvolvido no mês de maio, foram chamadas “pessoas dos mais variados cantos do planeta, para debater reflexões que vêm sendo construídas há anos, desde que se estabeleceu a perceção do quão importante é modificar” a relação dos humanos com o planeta, “para discutir agendas que terão impacto no trabalho futuro do arquiteto”.

No primeiro debate, será discutido o tema “Emergência de um novo arquiteto”, a partir de experiências que Igor de Vetyemy classificou de “muito interessantes”, como a dos arquitetos Jane Hall, do Reino Unido, cujo trabalho tem uma forte interceção entre arquitetura e arte, e Esteban Benavides, um dos fundadores do escritório Al Borde, no Equador, que trabalha muito com a comunidade local.

O segundo dia do evento, sob a temática das “Alterações climáticas”, contará então com a presença do indígena Ailton Krenak, autor dos livros “O amanhã não está à venda” e “Ideias para adiar o fim do mundo”, entre outros títulos, e de Luiz Alberto de Oliveira, curador-geral do Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro.

“Falaremos das alterações climáticas e aí chamamos, talvez, as duas vozes mais relevantes do Brasil nesse tema, que é o curador do Museu do Amanhã, que há tantos anos vem desenvolvendo um trabalho tão interessante e traduzido de uma forma tão palpável para a população sobre as interferências das novas tecnologias nas pessoas e nas cidades; e Ailton Krenak, que é, talvez, a voz mais sensata do Brasil”, avaliou Igor.

Já no terceiro, e último, debate da semana estará em foco o tema “Mudanças tecnológicas e sociais”, com os brasileiros Silvio Meira, cientista-chefe e fundador da Digital Strategy Company e fundador e presidente do conselho de administração do Porto Digital, em Pernambuco, e Ester Carro, arquiteta e ativista urbana, professora e investigadora no Núcleo e Mulheres e Território do Laboratório de Cidades.

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Segundo Igor de Vetyemy, que é também presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil no Rio de Janeiro, haverá ainda lugar para novidades, com o lançamento de um espaço de interação entre os congressistas inscritos na plataforma do Congresso.

“É um espaço de interação, para que os congressistas possam participar mais ativamente e possam começar a trazer as suas reflexões, que vão ajudar-nos, em julho, a transformá-las numa coisa mais propositiva, para que saiamos daqui com aquilo a que chamados de ‘Carta do Rio'”, explicou.

O propósito é reunir todas as reflexões sobre a forma como, nos dias de hoje, os especialistas em arquitetura pensam em transformar as cidades do futuro em locais “melhores para todos”.

“Há um balanço muito positivo até agora, mas também uma expectativa cada vez maior, porque estamos a colocar todos os ingredientes na mesa, dos quatro cantos do mundo. Estamos empolgados para chegar a julho com a maior plataforma de saberes da arquitetura e urbanismo da história, com uma grande construção coletiva daquilo que queremos para o futuro”, concluiu o comissário-geral, em declarações à Lusa.

Além de uma transmissão em direto na quinta-feira, em que especialistas aprofundarão as questões destacadas nos debates e responderão a perguntas do público, serão ainda lançadas na plataforma do Congresso as ‘ArchiTalks’ do mês, com 17 expoentes da Arquitetura no mundo, de países como China, Colômbia, Uruguai, Índia, Brasil, Reino Unido ou Peru.

Nos meses de março e abril, mais de 40 mil pessoas, de 160 países, participaram do UIA2021RIO, segundo números da própria organização.

Marcado inicialmente para julho de 2020, o Congresso Mundial de Arquitetos teve de ser adiado para o presente ano devido à pandemia de covid-19, decorrendo de forma totalmente virtual entre março e julho.clima

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