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“Geleião já não mata mais”

Notícias de Coimbra | 4 anos atrás em 10-05-2021

Um dos fundadores do Primeiro Comando da Capital (PCC), grupo criminoso mais poderoso do Brasil, com ramificações em outros países da América Latina, morreu hoje devido a complicações relacionadas com a covid-19.

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José Márcio Felício, de 60 anos, estava internado num hospital do sistema penitenciário de São Paulo desde 09 de abril após ter sido infetado com o novo coronavírus, segundo informou em comunicado a Secretaria de Administração Penitenciária regional.

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Desde o início da pandemia, as prisões brasileiras, que concentram cerca de 700 mil pessoas, registaram a morte de 176 reclusos entre os quase 52.500 infetados pelo vírus, segundo dados oficiais.

Felício, conhecido como “Geleião”, cumpria pena de prisão há mais de 40 anos por ordenar o assassínio de agentes policiais, entre outros crimes, incluindo alguns cometidos dentro do próprio estabelecimento prisional, tendo sido um dos principais impulsores do PCC a partir da cadeia.

A fação criminosa nasceu em 1993, numa prisão de São Paulo, para defender os prisioneiros face a alegados abusos policiais e logo se transformou numa sofisticada organização voltada para o crime que atualmente controla muitas das cadeias do país e se dedica ao tráfico de armas e drogas, com ligações até mesmo com a máfia italiana.

Porém, após alguns anos como um dos principais líderes do PCC, Felício foi expulso em 2002 pela liderança da fação, que hoje é comandada por Marcos Willians Herbas Camacho, conhecido como “Marcola”, recluso numa prisão de segurança máxima.

Desde então, os cabecilhas da fação tentavam matá-lo, segundo a imprensa brasileira.

Antes da sua transferência para o hospital para tratar a covid-19, Felício estava numa prisão para a qual são transferidos todos os presos ameaçados de morte dentro do sistema prisional, como costuma acontecer com violadores e pedófilos.

Segundo o jornal Folha de S.Paulo, Felício ajudou a fundar outra fação criminosa, chamada Terceiro Comando da Capital (TCC), junto com outro ex-fundador do PCC que foi assassinado na prisão em 2006.

O PCC estendeu o seu domínio a praticamente todo o território brasileiro e instalou-se no Paraguai, onde os seus dirigentes coordenam, também desde a prisão, operações de tráfico de drogas e armas, assaltos, homicídios, entre outros crimes.

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