Crimes
Avó assassinada era a guardiã do prédio…e a filha não tinha a chave de casa da mãe
NDC em directo do Palácio da Justiça de Coimbra
9:57 – 8º dia de julgamento
O dia começa com a audição da vizinha que mora(va) ao lado da vitima Filomena Gonçalves, a ex-talhante que alguém assassinou com 14 tiros disparados por uma arma Glock.
A testemunha declara que a vitima era bastante simpática, “a guardiã” do prédio. Foi esta Inspectora do Trabalho que abriu a porta do andar de Filomena Gonçalves, pois tinha uma chave da casa, que a vizinha lhe havia confiado, caso fosse precisa para alguma emergência.
A depoente declara que o fez quando, após insistentes toques nas campainhas dos diversos andares do prédio,ouviu vozes no hall da cave, foi aí que viu que as visitas eram a filha e genro da vitima, preocupados por não saberem da mãe e sogra.
Outra vizinha, disse ontem que viu a filha a sair do prédio momentos antes de ter ouvido tiros no dia do crime. A filha não tinha a chave da casa da mãe porque a mesma lhe terá desaparecido da carteira.
A inspectora declara que ela e Rosa, a filha da anciã assassinada, não passaram da soleira da porta. Foi o genro que entrou e foi ele que disse “em tom normal”: “A tua mãe está morta”, tendo depois, quando questionado pela esposa, dito que havia sangue.
De seguida, a testemunha ligou para o INEM. Acrescenta que ela e a filha de Filomena não chegaram a entrar na cave onde morava a comerciante que teve banca no Mercado Municipal de Coimbra.
11:17 – Vai depor a funcionária do infantário onde o casal Saltão tem (tinha) a filha..
É ela que controla as entradas e as saídas das crianças… e directora pedagógica…e filha da sócia da empresa proprietária.
Declara que comentou com a sócia a maneira como Ana Saltão estava vestida no dia em que foi buscar a filha no dia do crime. Tem a certeza que a inspectora usava umas calças claras (beges) de fato de treino e um “kispo” comprido de cor escura. Não viu o que vestia da parte de cima, porque o “blusão” estava apertado. Usava sapatilhas claras. (Tem sido falado que a arguida só tinha sapatilhas escuras e as brancas nunca foram encontradas). “Faziam contraste”. As duas senhoras do infantário concluíram que a Ana terá vindo assim porque deve ter adormecido…
Ana pediu desculpa por ter chegado tarde. A testemunha ficou com a sensação que estava calma, com cara de quem se tinha acabado de levantar…
A pedido de Mónica Quintela, a advogada da arguida Saltão, a “funcionária-filha da sócia” do infantário, admite que se sentiu pressionada quando foi interrogada por alguns dos inspectores da PJ. Mas só porque estava nervosa. A advogada quer mais… levanta a voz para dizer que a arguida pode apanhar 25 anos de prisão…mas a testemunha diz que foi mesmo porque os inspectores queriam ter a certeza que ela se recordava das roupas da inspectora.
12:27 -Vamos ouvir a vizinha que terá visto a arguida a “ir ao correio”. É jurista. Importa saber que horas se cruzou com Ana Saltão. Tem a certeza que foi depois das 14 horas. Aí pelas 14:30..
A advogada que mora no prédio da Maia onde vive o casal Saltão declara que a inspectora estava com ar normal. Descontraída…de fato de treino…acha que ia com uns papeis na mão. A conversa não terá passado de um “Olá, tudo bem e tal”. É assim, ela ia com um kispo, seria um kispo escuro, de enchimento, estaria com umas calças mais descontraídas, podia ser um pijama…”.
A pedido do Ministério Público, volta a ser exibido o “mediático” blusão.
A “doutora” que está a testemunhar declara que conhecia mal a inspectora. Acrescenta que se cruzava mais com o marido do que com ela, por isso não tem a certeza se Ana Saltão usava este tipo de casaco. “Vestia-se de um forma nornal”, mas só a via mais ao fim de semana, responde ao Procurador Jorge Leitão.
A depoente informa que foi Ana quem lhe disse que tinham matado a avó. Notou nesse dia a seguir ao crime que a inspectora estava menos descontraída do que no dia anterior. Que lhe falou que o marido estava muito abalado…
Dias após esse encontro, a advogado recebeu um telefonema do então advogado de Ana Saltão, que queria confirmar se a testemunha tinha visto a presumível assassina no dia da tragédia. Como não sabia quem estava do potro lado da linha, não respondeu, tendo pedido o numero do “colega” para posterior contacto.
Questionada pela advogada de defesa, “pressiona” a colega: eu pedia-lhe para dizer a verdade, está em tribunal… colega, o que leva o juiz a comentar que até fica mal Mónica estar a dizer isso a uma colega…
13:29 – Almoço
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