Crimes

O que terá levado o marido a deixar de pensar que a esposa matou a avó?

Notícias de Coimbra | 10 anos atrás em 23-06-2014

 O marido da inspetora da PJ acusada de matar a avó daquele, em Coimbra, em 2012, defendeu hoje em tribunal a inocência da mulher, considerando que não teria condições físicas para cometer o crime.

Ouvido hoje em tribunal, o também inspetor da PJ no Porto afirmou que Ana Saltão, inspetora acusada de matar a avó do marido a 21 de novembro de 2012, “não tinha condições para conduzir o carro” do Porto a Coimbra, no dia do crime, “não sabia ir por estradas secundárias”, desconhecia “as rotinas” da avó e não tinha motivações.

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A inspetora, acusada de homicídio qualificado e de peculato (pelo alegado uso de arma que pertencia a colega da Judiciária), “não faria nada que a privasse da sua relação com a filha”, disse Carlos Coelho, quando questionado pelo tribunal.

Apesar disso, o marido de Ana Saltão admitiu que, após o interrogatório da PJ no dia 24 de novembro, tinha ficado convencido de “que a Ana tinha matado” a sua avó, tendo partilhado essa convicção com os seus pais e tio.

A testemunha referiu ainda que “não sabia quanto dinheiro” a sua avó teria, garantindo que o casal não tinha dificuldades económicas.

A idosa, de 80 anos, foi atingida mortalmente com 14 tiros, numa residência da rua António José de Almeida, zona de Montes Claros, em Coimbra.

Carlos Coelho disse também que “é falso” que tenha “conduzido” o inspetor da PJ para uma determinada linha de investigação, sublinhando que “a investigação terminou” na madrugada de 22 de novembro, após se ter descoberto que os 14 disparos efetuados foram a partir de uma glock de 9mm (arma apenas usada por forças policiais e militares).

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Ana Saltão, inspetora da PJ desde 2005, estava de baixa médica quando ocorreu o crime, afirmando, no Tribunal de Coimbra, que passou a tarde de 21 de novembro em casa, tendo ido buscar a filha ao infantário às 19:30. Disse ainda que foi informada da morte da avó do marido por volta da meia-noite desse mesmo dia.

Questionada pelo presidente do tribunal de júri, o juiz João Ferreira, a arguida alegou ainda que os resíduos de disparos encontrados pela PJ nas mangas do seu casaco surgiram “por contaminação” e que a queimadura que apresentava na mão se deveu a um acidente enquanto cozinhava.

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