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Como está o setor de apostas online em Portugal após um ano de pandemia?
Em março deste ano completamos 1 ano de pandemia da COVID-19 em Portugal. O país, embora tenha sido considerado durante muitos meses de 2020 o “milagre europeu”, não passou ao lado dos efeitos nefastos do coronavírus. Enquanto sociedade, tivemos de nos afastar fisicamente para mantermos minimamente sob controle a propagação da doença. O que, de facto, contribuiu para reduzirmos o impacto mortal da pandemia na população do país, mas acabou por afetar negativamente a economia nacional.
Diversos foram os setores que se viram obrigados a fechar estabelecimentos e serviços durante meses. Retalho não alimentar, restauração, ginásios, eventos, cultura e turismo foram alguns dos mais abalados pela COVID. Apesar disso, outros segmentos não só não sofreram perdas financeiras, como cresceram em números. E um desses casos é o das apostas online.
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Segundo uma reportagem do Diário de Notícias, nunca se apostou tanto online em Portugal como em 2020. Dados do Serviço de Regulação e Inspeção de Jogos, o SRIJ, apontam que apenas no segundo semestre do ano passado foram apostados no país algo em torno de 3159,6 milhões de euros, entre jogos de casino e apostas desportivas. No total, as casas de apostas legalizadas em Portugal receberam ao longo de 2020 5692,2 milhões de euros dos apostadores. Ou seja: por dia, os apostadores portugueses investiram 15 milhões de euros no ano passado.
Esse investimento representou à receita bruta das empresas um aumento de mais de 100 milhões em relação a 2019. De acordo, ainda, com a SRIJ, desde 2017 a receita das empresas reguladas em Portugal tem vindo a crescer:
- 2017: 122,6 milhões;
- 2018: 152,1 milhões;
- 2019: 214,7 milhões:
- 2020: 336,3 milhões.
Uma vez que a receita das casas de apostas aumentou, houve crescimento também nos impostos que o Estado recolheu em 2020. O total arrecadado pelo Estado fixou-se em 108,2 milhões de euros, provenientes das 25 operadoras de apostas que atuam com licença no país.
Mercado de apostas português atrai cada vez mais casas de apostas em busca de licença
Embora já tenha sido muito criticado por sua alta carga tributária, o modelo de licenciamento português tem se consolidado a cada ano como um modelo de relativo sucesso. Não é à toa que grandes marcas estrangeiras começam a se juntar às 25 operadoras que já estão legalizadas no país.
Recentemente, a Bwin comprou a Bet.pt por 60 milhões de euros e firmou um acordo para dar nome à Primeira Liga portuguesa. Embora a própria Bwin não tenha licença para operar em Portugal, essa parceria com a Liga indica o interesse dessa empresa internacional em oferecer os seus serviços aos apostadores portugueses.
O momento parece bastante propício para Portugal abrir as portas a novas operadoras. É possível que nos próximos anos os portugueses possam voltar a ver a 22bet em Portugal novamente, casa que já teve o grande Nuno Gomes como embaixador, além de gigantes como a Betfair e a Bet365.
O assunto é delicado quando se refere a casas de apostas offshore. Infelizmente, os apostadores portugueses ainda apostam em sites não legalizados no país. Além de ir contra a Lei portuguesa, esse tipo de atitude pode representar um problema psicossocial a esses apostadores, uma vez que podem ficar sem suporte em relação ao vício em jogos.
Nesse sentido, apela-se sempre para que os apostadores portugueses joguem com responsabilidade, dentro da Lei e, acima de tudo, prezando pela sua integridade financeira e emocional.
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