Crimes
Dez pessoas detidas em manifestação de apoio a juiz negacionista. Sem máscara e sem distanciamento
A PSP deteve hoje 10 pessoas na manifestação de apoio ao juiz Rui Fonseca e Castro, em frente do Conselho Superior de Magistratura (CSM), onde foi ouvido, com a polícia a sublinhar o incumprimento das normas sanitárias pelos manifestantes.
“No início da manifestação foi notório o incumprimento deliberado e generalizado das normas sanitárias por parte dos participantes, em particular, a falta de máscara e o distanciamento físico. Apesar da insistente sensibilização, os mesmos continuaram de forma reiterada a não fazer uso das máscaras, nem a cumprir o distanciamento necessário”, refere o Comando Metropolitano de Lisboa (Cometlis) da Polícia de Segurança Pública (PSP), hoje divulgado.
Cerca de cem pessoas manifestaram-se hoje em frente do CSM em apoio ao juiz que nega a pandemia de covid-19.
Os manifestantes concentraram-se ao início da tarde junto do Conselho Superior de Magistratura, onde o juiz Rui Fonseca e Castro ia ser ouvido pelo instrutor do seu processo disciplinar. O juiz está suspenso preventivamente por incentivar publicamente ao incumprimento das regras para controlar a evolução da pandemia de covid-19.
Rui Fonseca e Castro foi recebido à chegada com palmas e abraços e com a frase repetida durante vários minutos “Viva o Rui”.
Os manifestantes mantiveram-se no local até cerca das 17:00, quando o juiz saiu do Tribunal. Durante a manifestação de apoio foram detidas pela PSP várias pessoas.
“Impondo-se a necessidade de fazer cessar os referidos comportamentos de risco foi realizada uma progressão policial, de forma a dispersar os manifestantes, tendo-se procedido à detenção de 10 cidadãos por desobediência, resistência à ordem de dispersão e agressão. Os detidos são notificados para comparência na próxima segunda-feira à autoridade judiciária”, adiantou a PSP em comunicado.
No mesmo documento, a polícia refere ainda que os manifestantes foram alertados por sistema sonoro “para a obrigatoriedade do uso de máscara e cumprimento do distanciamento físico, sob pena de incorrerem em crime de desobediência previsto no Código Penal Português” e que, “face à persistência daqueles comportamentos que inequivocamente colocavam em risco a saúde publica, foram emanadas novas ordens, por sistema sonoro, para a dispersão dos manifestantes, sob pena de incorrerem no crimes de desobediência”.
A PSP refere que as ordens foram reiteradamente desobedecidas por parte dos manifestantes.
Todos os manifestantes, que trocaram cumprimentos, abraços e beijos, estavam sem máscara. A Lusa apenas viu uma mulher, enrolada numa bandeira de Portugal, com uma máscara, mas nos olhos.
A manifestação de apoio ao juiz foi convocada pela associação Habeas Corpus, fundada pelo próprio Rui Fonseca e Castro.
O juiz Rui Fonseca e Castro, que está suspenso preventivamente por incentivar publicamente ao incumprimento das regras adotadas para controlar a evolução da pandemia de covid-19, está a ser hoje à tarde ouvido pelo instrutor do seu processo disciplinar no Conselho Superior da Magistratura (CSM).
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