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Defesa começa a ouvir testemunhas no julgamento do caso George Floyd

Notícias de Coimbra | 4 anos atrás em 13-04-2021

Os advogados de defesa no julgamento do polícia acusado de assassinar o afro-americano George Floyd começaram hoje a interrogar as suas testemunhas, após 11 dias de depoimentos e análise de vídeos.

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Os advogados do polícia Derek Chauvin – acusado de ter asfixiado George Floyd, que morreu sob escolta policial, em maio passado – vão insistir na versão de que o agente, entretanto demitido, se limitou a fazer o que foi treinado para fazer e que o afro-americano faleceu por causa do uso de drogas ilegais e de um problema cardíaco.

A defesa levou hoje ao tribunal um polícia aposentado que deteve Floyd há dois anos, quando o afro-americano foi acusado de uso de drogas.

O juiz aceitou ouvir esta testemunha – apesar dos protestos dos procuradores, que consideram não estar diretamente relacionada com o episódio da morte do afro-americano -, mas disse que foi “com o propósito limitado de mostrar os efeitos que a ingestão de opiáceos pode ou não ter no bem-estar de George Floyd”.

Em maio de 2019, um ano antes da detenção que provocou a sua morte, Floyd foi detido e algemado na sua viatura, mostrando-se muito agitado, mas obedecendo às instruções policiais e saindo do carro sem oferecer resistência.

Durante a fase de acusação do julgamento, que hoje terminou, o vídeo de Floyd a pedir para conseguir respirar enquanto Chauvin mantinha um joelho sobre o seu pescoço foi exibido para o júri juntamente com outras imagens de transeuntes que revelavam a morte do afro-americano de 46 anos.

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Peritos e veteranos da polícia de Minneapolis, incluindo o próprio chefe de departamento, testemunharam que o joelho de Chauvin no pescoço de Floyd por cerca de nove minutos foi excessivo e contrário ao seu treino.

Especialistas médicos testemunharam que Floyd morreu por falta de oxigénio, já que a sua respiração foi cortada quando o polícia o agarrou, com as mãos algemadas atrás das costas e o rosto colado ao chão.

O advogado de defesa Eric Nelson ainda não revelou se Chauvin vai depor na fase de defesa do julgamento.

Os procuradores encerraram hoje as suas alegações depois de, na segunda-feira, ouvirem o irmão mais novo de George Floyd, Philonise, 39 anos, e um especialista em uso da força que disse que a ação de Chauvin fora “claramente irracional”.

Seth Stoughton, um professor da Faculdade de Direito da Universidade da Carolina do Sul, julgou as ações de Chauvin contra o que um polícia sensato na mesma situação teria feito e repetidamente concluiu que Chauvin não passou no teste.

“Nenhum oficial sensato teria acreditado que aquele foi um uso apropriado, aceitável ou razoável da força”, disse Stoughton, sobre a forma como Floyd foi detido.

Esta questão da razoabilidade do comportamento policial tem muito peso no julgamento, já que os agentes têm alguma liberdade para usar força letal quando alguém os coloca a si ou a terceiros em risco.

Assim, especialistas jurídicos dizem que uma questão-chave para o júri será se as ações de Chauvin foram razoáveis nessas circunstâncias específicas.

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