Educação
Professores que voltaram ao ensino presencial sentem-se seguros na escola
A maioria dos professores do pré-escolar e 1.º ciclo, que retomaram há duas semanas o ensino presencial, sentem-se seguros na escola, apesar de muitos admitirem que as regras para conter a covid-19 nem sempre são cumpridas pelos alunos.
Essas são algumas das conclusões de um inquérito promovido pela Federação Nacional da Educação (FNE) na semana passada, que envolveu 1.008 trabalhadores docentes e não docentes.
De acordo com os resultados hoje divulgados, 78% dos professores sublinharam que a escola onde trabalham “está a organizar todos os aspetos necessários para garantir que seja um local seguro”, um sentimento partilhado pelos não docentes.
No sentido oposto, apenas 17% dos docentes disse estar pouco confiante em relação às medidas de segurança adotadas pelas escolas devido à pandemia da covid-19.
“Numa escala de um a 10, em que um é o mais baixo nível e 10 o máximo de segurança, só cerca de 19% dos docentes e 15% dos não docentes se posicionam abaixo do nível cinco, o que significa que a grande maioria se sente segura neste momento a trabalhar nas suas escolas”, acrescenta a estrutura sindical em comunicado.
Este sentimento de segurança é registado pela maioria dos profissionais das escolas, apesar de muitos docentes (37%) admitirem que as regras nem sempre são cumpridas pelos alunos.
O principal problema parece ser o distanciamento físico e 80% dos inquiridos apontaram que esta medida não é respeitada, além do uso de máscara em espaços comuns, referida por 52% dos professores, apesar de não ser obrigatório nestes níveis de ensino.
No mesmo inquérito, a FNE procurou perceber também quais são as principais preocupações dos trabalhadores e, apesar de dizerem sentir-se seguros na escola, a saúde e segurança no local de trabalho são as principais preocupações referidas, a par do excesso de trabalho.
Do lado dos não docentes é referido também “o comportamento dos alunos, a remuneração e a avaliação de desempenho”, enquanto os professores se manifestam preocupados com “o impacto da pandemia na saúde mental dos alunos”.
A este nível, 58% dos docentes assumiu que o bem-estar dos alunos melhorou com o regresso ao ensino presencial e a grande maioria (92%) considerou que as crianças se adaptaram ao regresso às escolas.
Esse regresso também teve efeitos positivos nos professores, com 33% a registar que também o seu bem-estar e saúde mental melhoraram. Ainda assim, 14% apontaram o efeito inverso, admitindo que o seu bem-estar piorou nas últimas semanas.
“Esta consulta permitiu estabelecer um quadro de conclusões em relação à necessidade de se investir na melhoria das condições que permitam o bem-estar emocional de todos quantos trabalham nas escolas, bem como a necessidade de se insistir na continuação do cumprimento de todas as normas de conduta que protejam a saúde pública”, escreve a FNE.
A estrutura sindical também inquiriu os profissionais sobre o processo de vacinação, que começou no sábado, e os resultados apontam para “muitos sinais de preocupação e insegurança”, mas também “uma expectativa positiva em relação ao futuro da normalidade da atividade escolar.
Os estabelecimentos do ensino pré-escolar e do 1.º ciclo reabriram em 15 de março, depois de quase dois meses encerrados devido ao agravamento da pandemia da covid-19 em Portugal no início do ano.
O desconfinamento das escolas arrancou com esses níveis de ensino e vai continuar de forma progressiva até 19 de abril, quando deverão reabrir as escolas secundárias e o ensino superior. Entretanto, na segunda-feira, deverá ser a vez dos 2.º e 3.º ciclos voltarem a abrir portas.
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