Coimbra
Operação Fénix?
Trabalhadoras que cumprem hoje um dia de greve concentraram-se em Coimbra reivindicando o salário de maio e subsídios de férias de 2012 e 2013 por parte da empresa Fénix, que presta serviços de limpeza a esquadras da PSP.
Algumas das trabalhadoras e membros do sindicato concentraram-se hoje de manhã em frente ao Comando Distrital da PSP, em Coimbra, exigindo o pagamento do salário de maio, os subsídios de férias de 2012 e de 2013, assim como a marcação do mapa de férias de 2014, que deveria ter sido definido até 15 de maio, informou Armindo Carvalho, coordenador regional do Sindicato dos Trabalhadores de Serviços, Vigilância, Limpeza, Domésticas e Atividades Diversas (STAD).
PUBLICIDADE
“Esta situação passa-se em toda a região Centro”, referiu Armindo Carvalho, contando que a empresa Fénix Cleaning III, que pertence ao grupo Fénix, também presta serviços em esquadras da PSP de “Leiria, Figueira da Foz, Aveiro e Viseu”.
O próprio grupo, segundo o sindicalista, tem contratos com outros organismos públicos, como o Instituto do Sangue, Administração Regional de Saúde do Centro, INEM e Segurança Social, apenas se observando o incumprimento no caso da empresa que atua nas esquadras da PSP.
O STAD pondera agora alargar o protesto aos trabalhadores afetados na região Centro e iniciar “uma greve de maior dimensão”, avançando que “não há diálogo social” por parte da empresa, que tem “acordos assumidos nas relações coletivas de trabalho e acordos em tribunal que não são cumpridos”.
O sindicato espera agora reunir com o comando-geral da PSP e com a Agência Nacional de Compras Públicas, para que, caso o incumprimento continue, a empresa “não possa aceder a concursos públicos”.
Devido aos atrasos no pagamento do salário, que já se verificam desde 2012, Maria Celeste Lima, há 11 anos a trabalhar para o grupo Fénix, já viu a luz ser-lhe cortada várias vezes, está de momento sem gás, não tem dinheiro para pagar medicação, ganhou uma depressão e faz uma hora a pé duas vezes por dia até ao Comando Distrital, onde trabalha, por não ter dinheiro para o passe de autocarro.
Se não fosse a pensão de viuvez de 150 euros e a sopa que recebe todos os dias no Comando Distrital, “não tinha comida em casa”, conta, referindo que a empresa “apenas dá o salário quando lhes apetece”.
“Isto é o desespero. Já não se aguenta. Só quando acontecer alguma desgraça é que isto muda”, protestou Maria Celeste Lima.
Maria Otília Rodrigues, de 63 anos, a trabalhar no grupo desde 2004, e na referida empresa desde 2011, conta que sempre teve “o salário em atraso” e, morando sozinha, o que lhe “vale são as três horas por dia” que faz no IMTT (Instituto de Mobilidade e de Transportes Terrestres).
“Não passo fome porque a minha família ajuda-me”, disse, frisando que apanhou uma depressão devido à atual situação e que várias trabalhadoras não entram em greve “porque têm medo de serem despedidas”.
A agência Lusa tentou entrar em contacto com a empresa Fénix Cleaning III e com o grupo Fénix, mas até ao momento não foi possível obter qualquer tipo de declaração por parte dos responsáveis da empresa e do grupo.
Related Images:
PUBLICIDADE