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Da Figueira da Foz para os palcos da Europa
Com os primeiros passos na música de forma autodidata desde cedo, aos 13 anos de idade Ivo Xavier, que cresceu entre a cidade de Coimbra e a Figueira da Foz, integrava a sua primeira banda e começava o percurso musical. Ao Notícias de Coimbra conta que as suas primeiras atuações em palco ocorreram no Centro de Artes e Espetáculos e no Casino da Figueira da Foz. O gosto pela música surge a ouvir os baixistas de bandas como James Brown ou Red Hot Chilli Peppers.
Com uma formação de três anos no Conservatório de Música de Coimbra, a música sempre foi a sua escolha, “com a música sinto que tenho a possibilidade de partilhar algo com os outros”, refere. Gosto pela música que o levou até à Holanda em 2018 para iniciar a formação de Instrumentista de Jazz pelo Conservatório de Amesterdão, cidade onde vive desde então.
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São vários os países onde Ivo Xavier já atuou, desde a República Checa, Lituânia, Turquia, Espanha, Holanda, entre outros.
Do seu percurso musical fazem parte bandas como Herbie Hancock, Wayne Shorter, Jonh Coltrane, e projetos mais recentes como Kneebody e Vulfpeck. Em 2016 gravou o seu primeiro disco como sideman, com Barry White Gone Wrong intitulado “Tornado”, com Pedro Tatanka, dos The Black Mamba, como produtor. Em 2019 gravou o primeiro álbum a solo, e integrou a música do grupo “Max Moon” com João Mortágua e Diogo Alexandre. O ano passado formou uma banda em Amesterdão “Join the squad”, com Ben Fitzpatrick no saxofone, Chaerin Im no piano e Pedro Nobre na bateria.
O seu trabalho está disponível no Itunes, Amazon, Bandcamp, Youtube, Spotify, mas Ivo Xavier considera que apesar de as plataformas digitais serem uma mais-valia num momento em que as salas de espetáculos estão encerradas, o retorno financeiro que estas plataformas permitem ainda é muito baixo, explica ao NDC.
Apesar de o Jazz ser a sua área de estudos musicais e o baixo elétrico o instrumento a que mais se dedica, toca ainda guitarra, piano, escreve letras e compõe instrumentais.
Além do seu percurso como estudante de Jazz e dos concertos onde atua, Ivo Xavier explica que também dá aulas de música e ainda trabalha no Museu do Queijo de Amesterdão, nas proximidades da célebre casa de Anne Frank. Mas com a pandemia de covid-19, à semelhança do que acontece em Portugal, também o setor da cultura se encontra praticamente encerrado. Com a formação no Conservatório suspensa devido à ausência de aulas presenciais, Ivo Xavier reside atualmente na Lituânia até ao regresso a Amesterdão previsto para setembro.
Não coloca de parte a possibilidade de voltar a viver em Coimbra, mas refere que “falta investimento em Portugal, a situação de a cultura estar a ser deixada para segundo plano não é de agora, já há muitos anos que Portugal não investe na cultura”. Esta é uma das grandes diferenças que encontra pelos países da Europa por onde trabalha, “em Amesterdão um artista registado há mais de meio ano ou um ano pode candidatar-se a um apoio que ultrapassa o salário mínimo português”, como forma de valorizar o trabalho destes profissionais e garantir o seu sustento económico num momento em que a cultura foi obrigada a fechar portas, esclarece.
Sobre a ausência de palco, Ivo Xavier, explica que é disso que tem mais saudades, e que tem por hábito organizar tournées pela Europa, incluindo por Coimbra onde vai estar presente a 4 de junho num espetáculo no Salão Brazil.
Ouça aqui a música Barry White Gone Wrong – CHILL PILL
Ouça aqui a música Max Moon – Out of Samsara
Ouça aqui a música Max Moon – Introspection feat Eduardo Cardinho
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