Educação

Sindicatos aguardam estratégia para vacinação de trabalhadores das escolas

Notícias de Coimbra com Lusa | 4 anos atrás em 03-03-2021

Os professores e o pessoal não docente esperam ver concretizado o quanto antes um plano de vacinação contra a covid-19 que os inclua entre os grupos prioritários, mas ainda desconhecem qualquer estratégia nesse sentido.

A ministra da Saúde, Marta Temido, admitiu na terça-feira que os professores e o pessoal não docente possam ser incluídos como prioritários para a vacinação, ao considerar que as escolas são um “serviço essencial”.

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“Quando falamos de serviços essenciais – e as escolas são de alguma forma na nossa abordagem social um serviço essencial – poderá fazer sentido que os adultos que trabalham nestes locais tenham uma vacinação diferenciada”, afirmou Marta Temido em entrevista ao Jornal da Noite da SIC.

Contactado hoje pela agência Lusa, o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Mário Nogueira, afirmou esperar que a possibilidade admitida pela ministra passe a “uma certeza” e que daqui a duas ou três semanas não surja uma ideia em contrário.

“Já formalizámos esta proposta três vezes [vacinação prioritária], incluindo junto do ministro da Educação e não tivemos resposta”, recordou Mário Nogueira.

Para o líder da maior organização sindical de professores, a medida admitida pela ministra da Saúde é “fundamental para que as escolas possam abrir e manter-se abertas”.

O ideal, referiu, seria ter a primeira toma da vacina concluída antes da reabertura dos estabelecimentos de ensino, mas também investir em testes e distanciamento nas salas de aulas, o que terá falhado no primeiro período.

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Os primeiros professores a vacinar, defendeu Mário Nogueira, devem ser aqueles que nunca saíram da escola, como os que asseguram a educação especial e o funcionamento das escolas de acolhimento, entre outros casos de exceção, nomeadamente de apoio aos alunos que não dispõem de internet ou computador em casa para poderem acompanhar as atividades letivas.

A Fenprof requereu a abertura de um processo negocial que contempla esta matéria e aguarda que lhe seja marcada uma reunião com a tutela.

Também a Federação Nacional da Educação (FNE), que além dos professores representa pessoal não docente, exigiu ao Governo esta e outras medidas de proteção nas escolas.

“Registamos positivamente, embora gostássemos que a afirmação da senhora ministra fosse definitiva e não apenas apresentada como uma possibilidade”, disse à Lusa o secretário-geral da FNE, João Dias da Silva, em reação à entrevista de Marta Temido.

“Colocámos essa reivindicação. Este é um caminho essencial para garantirmos a segurança das pessoas dentro das escolas”, frisou.

Também para Dias da Silva, é importante que a vacinação seja possível antes de ser retomada a atividade letiva presencial.

Destacou igualmente a importância de garantir o distanciamento dentro da sala de aula, com menos alunos por sala, “um problema que não ficou resolvido na primeira fase”.

“A nossa iniciativa é pedir a vacinação já e não estamos sozinhos. A UNESCO acompanha esta recomendação”, sublinhou João Dias da Silva, acrescentando que há sindicatos a colocar faixas nas escolas para lembrar essa exigência.

No dia em que se assinalou um ano dos primeiros casos de infeção com o novo coronavírus diagnosticados no país, a governante considerou que a inclusão dos docentes e não docentes, incluindo os que não integram grupos de risco, na primeira fase de vacinação que está a decorrer é uma “hipótese que está a ser analisada, não só em Portugal, como também em outros países”.

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