Cidade
Orquestra do Centro acolhe centro de transcrição musical de Cabo Verde
A Orquestra Clássica do Centro vai acolher um centro de transcrição musical de Cabo Verde, em Coimbra, de forma a disponibilizar as partituras de obras da música tradicional cabo-verdiana, disse hoje um responsável da orquestra.
“Muito pouco do repertório cabo-verdiano está escrito, porque vive, como acontece na música tradicional portuguesa, da tradição oral”, explicou Emília Martins, presidente da Orquestra Clássica do Centro (OCC).
O projeto, que “é um desafio do Ministério da Cultura” de Cabo Verde, vai permitir que, após a recolha e transcrição da música, esta seja interpretada e orquestrada “em qualquer parte do mundo”, sublinhou a responsável da instituição.
“Não há nenhuma orquestra do mundo que não toque Piazzolla [compositor de tango argentino]”, salientou Emília Martins, apontando para a transcrição da música como uma forma de internacionalização.
Para além do potencial de internacionalização, por a leitura de uma partitura ser universal, a transcrição “valoriza também a música”, porque permite “diferentes interpretações”, referiu.
A OCC tem vindo a colaborar com Cabo Verde, sendo exemplo disso a participação da instituição na formação da primeira Orquestra Nacional de Cabo Verde, que se estreou a 21 de maio na Cidade da Praia.
A Orquestra do Centro foi a Cabo Verde “para, em sintonia cultural, trabalhar com os que naquele país reconhecem a música como a grande embaixatriz da fraternidade e da igualdade”, destacou na altura Emília Martins.
Na estreia, foram interpretadas obras orquestrais do compositor cabo-verdiano Vasco Martins e uma adaptação da morna “Sôdade”, consagrada a nível mundial pela cantora Cesária Évora, com arranjos do maestro David Wyn Lloyd, diretor artístico da OCC.
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