Politécnico
Investigação da Coimbra Business School distinguida com menção honrosa
Com o título de “Real Fábrica das Sedas: elementos históricos, sistema contabilístico e modelo de governo (durante a administração Pombalina)”, o estudo de Cecília Duarte, Miguel Gonçalves e Cristina Góis foi distinguido, por deliberação unânime do Júri, com a menção honrosa do Prémio de História da Contabilidade “Martim Noel Monteiro”, atribuído pela Associação Portuguesa de Técnicos de Contabilidade (APOTEC).
Nesta edição (a de 2020), o prémio não registou um trabalho vencedor. Contudo, o Júri decidiu atribuir uma única menção honrosa no âmbito do referido galardão.
O Prémio de História da Contabilidade “Martim Noel Monteiro” foi criado em 1996 pela APOTEC como forma de prestar homenagem a Martim Noel Monteiro (1916-1980), um dos membros fundadores em 1977 da APOTEC. Trata-se do prémio mais antigo da Península Ibérica na área de História da Contabilidade.
A investigação de Cecília Duarte, Miguel Gonçalves e Cristina Góis constitui-se como a primeira da história da contabilidade em Portugal a identificar e a demonstrar com evidência empírica primária a implementação da contabilidade por partidas dobradas na Real Fábrica das Sedas, uma empresa industrial fundada em 1757, em Lisboa, no reinado de D. José I. Ao fazer isto, preencheu uma lacuna importante da literatura contabilística nacional. Em complemento, o trabalho também dá a conhecer à comunidade numerosas informações inéditas, como sejam, a título exemplificativo, a identificação dos primeiros contabilistas (guarda–livros) certificados à luz da Carta de Lei de 30 de Agosto de 1770, a demonstração do estado da contadoria (repartição de contabilidade) da Real Fábrica das Sedas
(1757–1777) e a apresentação da lista, ordenada cronologicamente para o período 1755–1788, dos provedores da Junta do Comércio, o órgão estatal fundado pelo Marquês de Pombal para a supervisão das atividades económicas e industriais do reino de Portugal. O estudo também explora a envolvente histórico–contabilística e o modelo de governação adotado pela Real Fábrica das Sedas no período em que esteve sob a égide da administração pombalina (1757–1777). O objetivo principal da investigação diz respeito à análise do método contabilístico instituído na Real Fábrica das Sedas, a maior e a mais conhecida empresa industrial pombalina. A pesquisa privilegiou uma metodologia qualitativa, para o que se usaram fontes primárias e secundárias de investigação, cerca de 300, no total. A contribuição expande as raízes do conhecimento contabilístico português, designadamente por contribuir para um melhor conhecimento sobre a Real Fábrica das Sedas e por apresentar como principal resultado a demonstração cabal de que foram as partidas dobradas o método de contabilidade implementado na sua contadoria em 1757, sob os auspícios do guarda–livros alemão Conrado Bartolomeu Riege e, claro, do principal secretário de Estado de D. José I, Pombal.
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