Crimes
Ministro da Defesa defende “extraordinário trabalho” das Forças Armadas no combate à pandemia e desvaloriza o caso de Tancos
O ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, enalteceu hoje o desempenho das Forças Armadas no combate à pandemia de covid-19, considerando que o caso de Tancos, em julgamento, não é representativo da instituição militar.
“[O combate pandemia de covid-19] serviu, sobretudo, para explicar à população portuguesa que [o polémico caso de] Tancos não é representativo das Forças Armadas (FA). O que é representativo das Forças Armadas é o extraordinário trabalho que têm feito agora, nestes meses em que vivemos sob a pandemia”, afirmou Gomes Cravinho, em entrevista à Agência Lusa.
O governante destacou o “espírito de missão, dedicação, abnegação, capacidade de trabalhar em condições que apenas a condição militar permite” por parte da FA. “Se dúvidas houvesse, ficaram inteiramente dissipadas com aquilo que foi a experiência da pandemia”, insistiu.
O vice-almirante Gouveia e Melo substituiu no início de fevereiro o ex-secretário de Estado de governos socialistas Francisco Ramos na liderança do grupo de trabalho (‘task force’) do Plano de Vacinação contra a Covid-19 e foi ativado um Estado-Maior da Força de Reação Imediata (FRI) de 20 elementos para o apoiar no Comando Conjunto para as Operações Militares, em Oeiras.
As Forças Armadas foram também chamadas a colaborar na formação e sensibilização de pessoal dos lares e nas escolas em relação a medidas de prevenção do contágio, entre outras iniciativas.
O caso de Tancos está já em fase de julgamento, tendo o Ministério Público acusado 23 pessoas, entre elas o ex-ministro da Defesa José Azeredo Lopes. Os arguidos são acusados de crimes como terrorismo, associação criminosa, denegação de justiça, prevaricação, falsificação de documentos, tráfico de influência, abuso de poder, recetação e detenção de arma proibida.
“É um absoluto privilégio ser ministro da Defesa Nacional. Foi possível superar um momento difícil que as FA viviam – estamos a falar do período ‘pós-Tancos’”, afirmou Gomes Cravinho, que na sua carreira teve passagens por Timor-Leste, Brasil e Índia.
“Por outro lado, tem sido possível trabalhar, de forma extremamente estreita e de maneira muito intensa, com as chefias militares num quadro de circunstâncias inteiramente inopinadas (pandemia de covid-19). Para mim, profissionalmente, nada que tenha feito no passado me realiza ou gratifica tanto como estar ministro da Defesa”, disse.
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