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Europeias: PSD dramatiza consequências do voto para Europa e PS vira-se para o PCP
O primeiro-ministro e presidente do PSD dramatizou hoje as consequências dos resultados eleitorais de domingo afirmando que o projeto europeu pode estar em causa, no dia em que o PS dirigiu fortes críticas à CDU.
Durante um almoço da candidatura, em Lisboa, Pedro Passos Coelho argumentou que o “projeto europeu pode vir a estar em causa” em consequência dos resultados das eleições europeias e apelou ao voto na Aliança Portugal por uma “Europa responsável e solidária”.
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“Temos de saber quais são as ideias que os nossos representantes defendem, qual é o projeto europeu que defendem. Isso contará muito mais do que as portuguesas e os portugueses possam pensar. Ora, se aqueles que defendem para a Europa o que têm defendido para Portugal predominarem nessa representação, então o nosso projeto europeu pode vir a estar em causa”, defendeu.
Na campanha do PSD/CDS-PP, que desceu hoje o Chiado e contou com o apoio do ex-primeiro-ministro Pedro Santana Lopes, o cabeça de lista, Paulo Rangel pediu o voto com o argumento de que uma vitória da coligação ajudará a uma saída do programa de ajustamento “com mais força”, pela perceção do país que transmitirá aos “parceiros europeus”, “mercados internacionais” e “credores”.
No penúltimo dia da campanha eleitoral e depois de a maioria PSD/CDS-PP se referir à ausência e ao silêncio do ex-presidente da República Mário Soares, o ex-líder socialista escreveu um artigo de opinião no Público a manifestar publicamente o seu apoio à candidatura do PS ao Parlamento Europeu.
“Estou e sempre estive com o PS. Ninguém pode pensar o contrário, nem ter dúvidas. O PS é o meu partido e sempre será. Sei que vai ganhar as próximas eleições”, escreveu Mário Soares, garantindo que o seu voto no domingo irá para os socialistas.
Na campanha do PS, o secretário-geral do PS, António José Seguro, esteve hoje num almoço em Vila Nova de Gaia durante o qual afirmou haver uma “coincidência” entre a coligação PSD/CDS-PP e o PCP no ataque aos socialistas, num discurso em que criticou a “irresponsabilidade” comunista por pretender retirar Portugal do euro.
“A única alternativa responsável ao Governo é protagonizada pelo PS e, por isso, o PS é o alvo de todos os outros partidos nesta campanha. Já esperávamos que fosse assim do lado da direita e do Governo, mas estranhamos que também seja assim do lado do PCP”, declarou o líder socialista, considerando que a “coincidência de ataque ao PS entre a direita e o PCP não é uma coincidência inocente.
Hoje, foram publicadas sondagens que dão a vitória ao PS com uma distância de entre quatro a sete pontos percentuais em relação à coligação PSD/CDS-PP, com a CDU a poder eleger de um a quatro deputados e o BE um.
Em campanha no Porto, o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, mostrou satisfação pelas “boas sondagens”, dizendo que a “CDU está a crescer e a avançar”, mas advertiu que é preciso manter os contactos com os eleitores “até ao fim”.
Em Valongo, Jerónimo de Sousa admitiu a apresentação de uma moção de censura ao Governo no Parlamento se os resultados das eleições europeias demonstrarem claramente uma derrota do Executivo.
Em Coimbra, onde visitou a escola que frequentou há 20 anos, a cabeça de lista do Bloco de Esquerda acusou o Governo de sacrificar o ensino público com mais custos para os contribuintes.
Perante a degradação do edifício, Marisa Matias criticou o cancelamento de projetos de “recuperação de escolas, obras que estavam em curso” que motivaram o pagamento de multas.
No Porto, o cabeça de lista do MPT – Partido da Terra, Marinho Pinto, esteve no mercado do Bolhão a pedir o voto nas europeias mas, desafiado uma mulher, disse que no lugar de Cavaco Silva faria “bem melhor”.
Com o objetivo de eleger um deputado, o PAN assinalou no Chiado o Dia Internacional da Biodiversidade, com o cabeça de lista, Orlando Figueiredo, a alertar os transeuntes para os “perigos” da proposta da Comissão Europeia que abre a porta às patentes sobre sementes.
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