Coimbra
Estudante que ameaçou colegas com caçadeira vai para casa com multa de 2100€
Um estudante de Engenharia Civil foi condenado a pagar uma multa de 2.100 euros pelo Tribunal de Coimbra por exibir uma caçadeira à porta da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) e ameaçar colegas.
O arguido foi condenado a 300 dias de multa, à taxa diária de sete euros, por detenção de arma proibida, ameaça de prática de crime e ameaça agravada, referiu o juiz, na leitura de sentença, que decorreu hoje à tarde no Tribunal de Coimbra.
David Passadouro confessou “os crimes integralmente e sem reservas”.
O estudante de Engenharia Civil, que está de momento na Universidade de Aveiro depois de ter pedido transferência, ameaçou os colegas à porta da FCTUC, a 17 de fevereiro, exibindo uma caçadeira que pertence ao pai, depois de ter pontapeado o carro de uma colega de curso e ameaçado a mesma, movido por uma paixão não correspondida por essa jovem.
O arguido “tirou e voltou a pôr a arma” na bagageira do carro, já depois da colega de curso ter fugido, tendo “criado um espalhafato que alarmou as pessoas” que estavam no local, contou o juiz.
“Estamos convictos de que foi uma loucura que lhe passou pela cabeça”, disse o juiz, dirigindo-se ao estudante, esperando que David Passadouro comprove que o Tribunal está “certo” em relação à sentença, ao ter dado “preferência à pena não detentiva”.
Contudo, “se chegar mais alguma coisa aqui, a situação muda de figura”, alertou.
O juiz afirmou estar “convicto” de que esta pena “é suficiente”, salientando que “o arrependimento”, a não existência de antecedentes criminais e a integração na comunidade e na família funcionaram como “atenuantes”.
A advogada Maria do Céu Marques, que defendia o estudante, referiu que o ato do estudante foi “uma questão empolada por sentimentos que já está ultrapassada”, considerando que a multa aplicada vai “ao encontro das expectativas”.
Durante a leitura de sentença, foi também referida a possibilidade de substituição dos 300 dias de multa em 300 horas de trabalho comunitário.
Contactada pela agência Lusa, a advogada disse que a possibilidade de requerer essa substituição é algo que terá de “ser discutido” com o seu cliente.
O estudante de 26 anos, proibido de entrar na FCTUC, enfrenta ainda um processo disciplinar aberto pela Universidade de Coimbra que não está terminado.
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