Governo
Rui Rio aceitará vacina se existir“consenso”
O presidente do PSD pediu hoje “equilíbrio” e “bom senso” na definição dos políticos que serão vacinados de forma prioritária, e disse que aceitará a vacina se existir um “consenso”, apesar de não se considerar um caso “nevrálgico”.
No final da audiência com o Presidente da República sobre o estado de emergência, que decorreu por videoconferência, Rui Rio foi questionado pelos jornalistas sobre o despacho do Governo que prevê a vacinação dos titulares dos órgãos de soberania a partir da próxima semana.
“A minha posição é fácil, para quem me conhece e está atento: eu discordo completamente da demagogia de não vacinar político nenhum”, afirmou, questionando qual é a vantagem para o país de ter vários ministros do Governo infetados.
“Imaginemos que o primeiro-ministro do país ficava infetado e com sintomas e até tinha de ser hospitalizado, o que é que o país ganhava? Só perdíamos, não podemos estar com esta demagogia”, disse, defendendo que os políticos em posições “nevrálgicas” de combate à pandemia devem ser vacinados na primeira fase.
No entanto, o líder do PSD manifestou-se igualmente contra a proposta atualmente em cima da mesa: “O Governo falha à primeira quando não vacina ninguém e depois é quase pior a emenda que o soneto, passa a ser toda a gente”.
Rio questionou, por exemplo, se será necessário vacinar os agentes da justiça com “os tribunais praticamente fechados” ou “toda a Assembleia da República”.
Questionado sobre o seu caso – o presidente do maior partido da oposição ocupa uma posição de destaque na lista do protocolo de Estado e deverá ser incluído no plano prioritário -, Rio disse não se considerar “um caso nevrálgico”, mas se tal for decidido por “consenso” não dirá que cede a sua vacina “só para fazer um brilharete”.
“Se fosse decidido por mim, eu não me incluía. O grupo parlamentar e o partido funcionam sem mim, eu não sou absolutamente indispensável. Mas se me vierem a considerar num bolo global minimamente aceitável, também não vou tirar partido e recusar para ser muito popular”, assegurou, dizendo discordar da posição de políticos que já disseram que oferecem a sua vacina a um idoso “para fazer um brilharete”.
De acordo com um despacho, emitido na segunda-feira pelo primeiro-ministro e noticiado pelo Diário de Notícias (DN), os titulares de órgãos de soberania, deputados, funcionários da Assembleia da República, membros dos órgãos das Regiões Autónomas e presidentes de câmara, enquanto responsáveis da proteção civil, vão começar a ser vacinados na próxima semana.
O primeiro-ministro, António Costa, enviou “cartas aos órgãos de soberania para que estabeleçam as prioridades para inoculação em cada um dos serviços” e pediu uma lista de funcionários de cada órgão que “devam ser considerados prioritários nesta fase”.
De acordo com o jornal Público, o presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, defendeu que neste órgão seja mantida a ordem do protocolo de Estado, sendo ele próprio o primeiro vacinado e Rui Rio o segundo, tema que irá ser debatido na quinta-feira pela conferência de líderes parlamentares.
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