Saúde
Médicos acusam Ministro da Saúde de desinvestir nos cuidados de saúde primários
A Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos considera que o despacho publicado pelo Ministério da Saúde no passado dia 8 de Maio que impõe um número máximo de Unidades de Saúde Familiar (USF) a constituir para este ano (50) e a transitar de modelo A para B (20) é «mais um sinal de que o atual Ministro da Saúde está a desinvestir nos cuidados de saúde primários».
Para Carlos Cortes, Presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, «é inconcebível que se limite o número de USF, quando existem estudos que comprovam a sua eficiência e os ganhos que trouxeram para o Serviço Nacional de Saúde e, sobretudo, para os cidadãos».
O despacho fixa o número de USF por região, o que «não tem qualquer aplicação à realidade do país e às necessidades das populações, uma vez que há regiões com USF prontas que não poderão avançar por excederem o número fixado», refere Carlos Cortes.
De acordo com o Presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, «limitar a criação das USF não é apostar nos cuidados de saúde primários. Aliás, se estes fossem, efetivamente, uma prioridade, o Ministério já teria avançado com um plano de incentivos para fixar médicos em zonas mais críticas e para atrair médicos reformados para o Serviço Nacional de Saúde, medidas que não avançam e que comprometem a sustentabilidade do SNS». E acrescenta: «Existe uma evidente contradição entre as afirmações do Ministro da Saúde sobre o objetivo de que todos os portugueses tenham um médico de família e as ações do Ministério, que desinvestem nos Cuidados de Saúde Primários. A saúde dos portugueses merece mais do que uma política contabilista e de anúncios inconsequentes».
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