Saúde

Está na hora de fechar tudo. Médicos defendem confinamento geral semelhante “no mínimo” ao da primeira onda

Notícias de Coimbra | 4 anos atrás em 18-01-2021

A Ordem dos Médicos (OM) defendeu hoje a adoção com “a maior brevidade possível” de um confinamento geral “no mínimo” semelhante ao que ocorreu aquando da primeira onda da pandemia, com “uma situação muito menos severa”.

PUBLICIDADE

publicidade

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

publicidade

A OM alerta em comunicado ser “emergente esmagar a transmissão na comunidade”, salientando que é preciso “atuar agora com todos os meios” para ter “resultados consistentes daqui a duas semanas” e proteger “com urgência” os doentes, os profissionais de saúde e toda a população.

“Ninguém pode, por más decisões políticas, continuar a tolerar a morte silenciosa de quem não consegue gritar”, sublinha no comunicado, afirmando que “este é um grito de alerta para acordar e ajudar Portugal”

A OM refere que os profissionais de saúde têm, neste momento, de “tomar decisões complexas e muito difíceis em contexto de medicina de catástrofe e de estabelecimento de critérios de prioridade e não conseguem salvar todas as vidas”.

“São eles que desesperam perante os limites do sofrimento e da compaixão, mercê da incapacidade de tratar o outro, e assim são vítimas de burnout e sofrimento ético. São eles que, além dos doentes, sofrem no terreno, e que aguentam a pressão brutal sobre o SNS”, adverte.

Para a OM, “as meias medidas nem servem a saúde nem a economia: já perdemos demasiado tempo e continuamos a perder. É inaceitável continuar nas meias medidas e meias verdades. Dizer que está tudo bem, quando não está”.

Assim como “dizer que estamos a atingir a linha vermelha quando já a ultrapassamos há muito”, afirma, lembrando os mais de 25 milhões de consultas presenciais, cirurgias e exames complementares de diagnóstico e terapêutica que ficaram por fazer.

A OM refere que a “situação emergente que se vive na Saúde em Portugal, por ausência de medidas robustas por parte de quem tem a responsabilidade política de tomar decisões”, levaram o seu bastonário, Miguel Guimarães e o seu Gabinete de Crise para a Covid-19 a renovar um conjunto de 10 “propostas urgentes para combater de forma mais eficaz a pandemia”.

Entre o conjunto de medidas, a OM defende a adoção “sem reservas e com a maior brevidade um confinamento geral, no mínimo semelhante ao que ocorreu em março/abril de 2020 e apela ainda à “revisão imediata” do Plano Nacional de Vacinação Covid-19 e pedido de parecer urgente ao Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida sobre critérios de prioridade para vacinação Covid-19.

“Comunicar aos portugueses de forma transparente, coerente e objetiva, não omitindo a verdade, não tentando esconder a gravidade da situação, nem tentando encontrar bodes expiatórios para justificar a incapacidade de liderar o combate à pandemia”, é outra proposta, assim como o reforço da capacidade de resposta das equipas de saúde pública para realizar inquéritos epidemiológicos válidos e em tempo útil” para identificar rapidamente contactos de alto risco e quebrar cadeias de transmissão.

Defende ainda o aumento de “forma exponencial” da capacidade de testagem de pessoas infetadas e seus contactos, através da “utilização massiva” de testes rápidos e a utilização de “forma planeada e organizada” de todos os recursos do sistema de saúde, para dar “uma resposta integrada e consistente” aos doentes covid-19 e não covid-19.

A covid-19 já matou 8.861 pessoas em Portugal dos 549.801 casos de infeção confirmados, segundo os últimos dados da Direção-Geral da Saúde

Related Images:

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE