Cidade
Câmara de Coimbra não vai dispensar Forum Coimbra de mais estacionamento
A Câmara de Coimbra decidiu hoje notificar o Forum Coimbra da intenção de não o dispensar da criação de 25 lugares de estacionamento num eventual alargamento das instalações, em Santa Clara.
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O executivo liderado pelo socialista Manuel Machado aprovou, por unanimidade, esta decisão no contexto de um pedido de informação prévia apresentado à autarquia pelo Forum Coimbra, na margem esquerda do rio Mondego.
Sucessivamente, contra a possibilidade de a Câmara dispensar o promotor da construção de novos lugares, caso avancem as obras de ampliação do complexo comercial, começaram por se manifestar a CDU e o PSD, através dos vereadores Francisco Queirós e Paulo Leitão, respetivamente, e o movimento Somos Coimbra.
“Este caso mostra, mais uma vez, que o PS não tem qualquer visão de desenvolvimento harmónico do concelho de Coimbra, limitando-se a aprovar obras isoladas e descoordenadas, sem haver qualquer tentativa de equilibrar a oferta de grandes superfícies comerciais com a exigência de contrapartidas e outras iniciativas de apoio e garantia de viabilidade do comércio tradicional”, afirmou Ana Bastos, do Somos Coimbra.
Manuel Machado reagiu a esta intervenção, considerando que a vereadora, professora da Universidade de Coimbra, usou “uma linguagem inaceitável e de um oportunismo miserável”.
“O que nos é apresentado é uma informação técnica dos serviços”, salientou o autarca do PS, também presidente do conselho diretivo da Associação Nacional de Municípios Portugueses.
Por sua vez, o vice-presidente do executivo, Carlos Cidade, defendeu que “não é de aceitar esta dispensa de estacionamento”, o que levou José Manuel Silva, daquele movimento, a afirmar que o socialista “mudou de opinião”.
O líder do Somos Coimbra realçou que Cidade, presidente da Concelhia de Coimbra do PS, começou por concordar a dispensa da criação de 24, ao avalizar por escrito um parecer técnico, que não foi distribuído aos jornalistas presentes na sessão, no qual, alegadamente, os serviços da autarquia admitem a referida dispensa dos 24 lugares para viaturas.
Também Paula Pego, eleita pelo PSD, mas atualmente com estatuto de independente, criticou o “impacto negativo” em termos urbanísticos e no chamado comércio tradicional de Coimbra.
“É necessário fazer audiência prévia da intenção de indeferir o processo”, disse Manuel Machado, após se ausentar algum tempo da reunião.
O presidente da Câmara anunciou que seria necessário “notificar o particular dessa intenção e ele que diga o que lhe aprouver”, tendo informado que “várias entidades já se pronunciaram” sobre a pretensão do Fórum Coimbra de ampliar as instalações e ser dispensado de criar novos lugares de estacionamento.
Entretanto, em comunicado, o movimento Cidadãos por Coimbra (CpC), que no anterior mandato autárquico teve um vereador do executivo municipal, salientou que a proposta de ampliação do Fórum “em mais quatro mil metros quadrados (…) não está disponível para a generalidade dos cidadãos com todas as suas implicações, designadamente paisagísticas e de mobilidade urbana”.
O movimento insistiu “na urgência de o município assumir a liderança da renovação de toda a frente ribeirinha”, nas duas margens do Mondego.
“A Câmara assumiu o compromisso de criar um forum de informação e debate sobre todos os projectos, públicos e privados, com incidência naquela zona, vital para a regeneração de Coimbra”, recordou, rejeitando ainda a pretendida dispensa de lugares de estacionamento “no já sobredimensionado empreendimento”.
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