Economia
Agricultores são mais jovens, qualificados e criaram mais empresas que duplicaram em dez anos
O número de sociedades agrícolas mais do que duplicou entre 2009 e 2019, passando de 6.700 para 14.500 mil, e emprega 77% da mão de obra regular, segundo os resultados do Recenseamento Agrícola 2019 (RA2019) do INE.
“A empresarialização da agricultura cresceu, com a duplicação em dez anos do número de sociedades agrícolas, que ganharam importância na estrutura produtiva”, afirma o Instituto Nacional de Estatística (INE).
A grande maioria das explorações agrícolas é gerida por produtores singulares (95%), mas o número de sociedades agrícolas em atividade aumentou 114%, passando de 6.700 em 2009 para 14.500.
As empresas agrícolas, embora representem 5% das explorações, “têm uma importância crescente na estrutura produtiva” explorando 36% da superfície agrícola utilizada (SAU), mais 9 pontos percentuais (p.p.) face a 2009.
Os dados mostram que as empresas agrícolas produzem 56% dos efetivos pecuários, um aumento de 15 p.p. face a 2009 e utilizam 21% da mão de obra total agrícola, mais 11 p.p. que há dez anos.
“Empregam cerca de 56 mil trabalhadores, o que corresponde a 77% da mão de obra agrícola assalariada com ocupação regular”, segundo o INE.
A dimensão média das sociedades agrícolas é de 99 hectares de SAU e 96 cabeças normais (CN) por exploração, “consideravelmente superior à das explorações geridas pelos produtores singulares (8 hectares de SAU e 4 CN por exploração)”.
A mão de obra agrícola familiar, constituída pelo produtor e o seu agregado doméstico, contribui com mais de dois terços do trabalho agrícola.
“No entanto, a mão de obra agrícola assalariada, com caráter regular e sazonal, aumentou 30% nos últimos 10 anos, passando a representar 29% do total, enquanto a contratação de serviços agrícolas, embora representando 3%, aumentou 159%, face a 2009”, lê-se no documento.
Mas, globalmente, a mão de obra agrícola diminuiu 15%, devido a vários fatores “que promoveram a melhoria da eficiência do trabalho, designadamente o redimensionamento e a empresarialização das explorações”.
Quanto ao perfil do trabalhador agrícola, são maioritariamente homens (67%), têm em média 62 anos, 46% concluíram o primeiro nível do ensino básico e 53% têm formação agrícola exclusivamente prática.
O agregado familiar do produtor é constituído em média pos duas pessoas, sendo que em 59% destes agregados existem beneficiários de pensões e reformas.
Já os dirigentes das sociedades são maioritariamente jovens (85%), têm em média 51 anos e possuem elevadas qualificações académicas e profissionais, sendo que 48% têm formação superior e 19% habilitações espec+ificas nas ciênicas agrárias.
Estes são os primeiros resultados de âmbito nacional do RA2019, cuja recolha de informação decorreu entre outubro de 2019 e novembro de 2020.
No final de março de 2021 serão disponibilizados os resultados definitivos, indica o INE.
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