Cidade
Academia de Coimbra quer jovem no Conselho de Estado e ignora André Ventura
A academia de Coimbra decidiu reclamar a inclusão de um jovem no Conselho de Estado, numa assembleia magna em que também excluiu André Ventura de qualquer convite enquanto candidato à Presidência da República, foi hoje anunciado.
“A valorização da juventude é o garante primordial de todo o sistema político-constitucional no futuro, motivando os jovens a não alhear-se dos seus direitos cívicos e políticos”, defendem os estudantes da Universidade de Coimbra (UC), num “caderno de compromissos presidenciais” aprovado numa assembleia magna realizada na quarta-feira.
O texto inclui “oito compromissos estruturais para o mandato” do próximo Presidente da República (PR), que os universitários de Coimbra querem comprometido com “um sistema de ensino superior universal e gratuito, a valorização da juventude, a ação climática e a oposição clara a qualquer revisão dos preceitos da Constituição da República”.
Proposto pela direção-geral recém-eleita da Associação Académica de Coimbra (AAC), presidida por João Assunção, e intitulado “Presidência interventiva”, o documento vai ser apresentado aos candidatos à Presidência da República, segundo um comunicado divulgado hoje pela AAC.
“É fundamental a valorização da juventude no espaço político nacional. Por isso, pedimos ao próximo Presidente da República que considere um jovem com menos de 30 anos para integrar o Conselho de Estado”, afirma João Assunção, citado na nota.
Além da reivindicação relativa à composição do órgão consultivo do Chefe de Estado, os alunos da UC entendem que cabe ao vencedor das eleições de 24 de janeiro “defender intransigentemente o sistema democrático e o bem-estar futuro” da sociedade portuguesa.
“Este é o momento chave para compreender quem é que está do lado certo da história e quem prefere continuar a ignorar os problemas centrais da nossa sociedade”, refere o líder da AAC, exigindo que o próximo PR “se oponha, de forma absoluta, a uma revisão constitucional que ponha em causa os valores intransponíveis da Lei Fundamental e que decrete o estado de emergência climática em Portugal”, a fim de “salvaguardar o futuro” da democracia e do planeta.
De acordo com a nota, os estudantes reunidos em assembleia magna “concordaram, ainda, em excluir o candidato André Ventura de qualquer convite, ato político ou público da AAC até às eleições presidenciais”.
“A academia de Coimbra não quer dialogar com quem se apresenta como opositor claro dos valores democráticos que regem a nossa sociedade, pelos quais a Associação Académica de Coimbra tanto lutou e sempre defendeu ao longo dos seus 133 anos de história”, sublinha João Assunção.
Para o dirigente estudantil, “as divisões são insupríveis ao ponto de não haver diálogo possível” com o candidato da extrema-direita e líder do partido Chega.
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