Coimbra
Pais de Miranda do Corvo contestam qualidade de refeições escolares e exigem mudança
A Associação de Pais e Encarregados de Educação do Agrupamento de Escolas de Miranda do Corvo (APAIS) denunciou hoje a má qualidade das refeições escolares servidas no concelho desde outubro e exigiu atuação do município.
Em declarações à agência Lusa, a presidente da APAIS, Lara Branco, disse que, desde meados de outubro, o serviço de fornecimento de refeições aos alunos dos jardins de infância e escolas do 1.º ciclo daquele concelho do distrito de Coimbra “não está a ser realizado nas devidas condições” pela empresa contratada.
“Foi possível verificar a existência de atraso no fornecimento, ementas muito repetitivas e com diversos alimentos processados, chegando mesmo a serem apresentados pratos sem carne ou peixe”, denunciou a dirigente e encarregada de educação.
Segundo Lara Branco, a APAIS detetou ainda “falhas gravíssimas de limpeza e higienização nos refeitórios e utensílios” e falta de funcionárias, tendo num dos estabelecimentos constatado que existem “duas ou três funcionárias para 115 crianças, algumas do 1.º ano, que necessitam de uma vigilância mais próxima”.
O caso foi exposto pela associação na Assembleia Municipal realizada na terça-feira, que já tinha comunicado a situação ao executivo camarário, que contratou a empresa ao abrigo do acordo-quadro Comunidade Intermunicipal (CIM) da Região de Coimbra para fornecimento de refeições escolares.
A vice-presidente do município de Miranda do Corvo, Ana Gouveia, disse à agência Lusa que a “situação é complexa”, mas que o executivo está a diligenciar no sentido de substituir a empresa responsável pelo serviço, que depois de alertada não corrigiu as falhas detetadas.
“Não íamos rescindir um contrato sem dar hipótese à empresa de retificar as situações, mas nada foi corrigido”, lamentou a autarca, sustentando que não se pode rescindir o contrato “sem ter outra empresa que assegure o fornecimento das refeições às crianças”.
A Câmara conclui hoje uma consulta prévia para encontrar um novo fornecedor de refeições, adiantou.
Ana Gouveia realça que a intenção do município “é servir o melhor às crianças, porque paga para isso”, e acabar “o mais rápido possível” com a atual situação, que já foi reportada pela Câmara à Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), CIM da Região de Coimbra e Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares.
Segundo a autarca, é expectável que a situação termine em tribunal.
O PSD, em comunicado enviado à agência Lusa, subscreve a posição dos pais e encarregados de educação, considerando que “perante os incumprimentos conhecidos só há uma solução: resolver imediatamente o contrato”.
Os social-democratas dizem não compreender “a ausência de respostas dignas aos pais em tempo útil” e destacaram que desde 13 de outubro (data das primeiras reclamações) “só se tem perdido tempo”.
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