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Coimbra: imagem de Eduardo Lourenço junta-se a Miguel Torga nos autocarros dos SMTUC

Notícias de Coimbra | 4 anos atrás em 09-12-2020

A Câmara Municipal de Coimbra aprovou hoje por unanimidade um voto de pesar pela morte de Eduardo Lourenço na reunião do executivo onde foi observado um minuto de silêncio em memória do filósofo que, em 2001, no mesmo Salão Nobre onde decorre a reunião, foi agraciado com a Medalha de Ouro da Cidade de Coimbra numa cerimónia.

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Voto de pesar pelo falecimento de Eduardo Lourenço

Eduardo Lourenço, nascido a 23 de maio de 1923, em Almeida, na Beira Alta, faleceu no dia 01 de dezembro de 2020, aos 97 anos.

Filósofo, professor, ensaísta, escritor e interventor cívico, Eduardo Lourenço foi um dos pensadores e intelectuais mais proeminentes da cultura e da política contemporânea portuguesa e europeia.

A sua forte ligação a Coimbra remonta aos anos 40 do século XX, quando ingressa na Faculdade de Ciências e depois na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, onde encontrou um ambiente aberto e propício à reflexão cultural que sempre haveria de prosseguir. Conclui a licenciatura em Ciências Histórico-Filosóficas, com a tese “O Sentido da Dialética no Idealismo Absoluto”, e começa depois a lecionar, como assistente do professor Joaquim de Carvalho.

Com 26 anos publica o seu primeiro livro, “Heterodoxia”, que reúne parte da sua tese de licenciatura num dos mais radiosos discursos ensaísticos da literatura portuguesa, e começa a colaborar também com o Diário de Coimbra, com “Crónicas Heterodoxas”.

Galardoado com os mais reputados prémios literários e distinções nacionais e internacionais, entre os quais Doutor Honoris Causa pela Universidade de Coimbra, Eduardo Lourenço recebe a Medalha de Ouro da Cidade de Coimbra numa cerimónia que decorreu no Salão Nobre dos Paços do Concelho, a 22 de junho de 2001.

Em 2015, Eduardo Lourenço doou à Câmara Municipal de Coimbra um vasto e valioso património documental da sua biblioteca particular, em homenagem à cidade onde estudou, lecionou, partilhou ideias, ideologias e fez amigos. Esta coleção, constituída por mais de 3000 documentos, como monografias e periódicos da sua autoria e de autores estrangeiros, encontra-se hoje na Casa da Escrita do Município de Coimbra, na Sala Eduardo Lourenço, inaugurada por esta ocasião em 28 de novembro de 2015.

Como presidente da Câmara Municipal de Coimbra expressei o meu lamento a morte de Eduardo Lourenço, onde procurei lembrar o seu brilhantismo, a sua generosidade, simplicidade e combatividade. Eduardo Lourenço foi um notável cidadão, a quem em 2001 tive o gosto de entregar a Medalha de Ouro da Cidade.

A partir de Coimbra, com a liberdade que nos carateriza, interpretou e refletiu sobre Portugal, pensou e interrogou-se e interrogou-nos sobre a Europa e o Mundo, e deixou-nos um património que durante séculos guiará o pensamento filosófico sobre a sociedade contemporânea, que está pela sua generosidade à guarda da Câmara Municipal de Coimbra e que poderá ser consultado na Casa da Escrita.

Mais informo que a bandeira do Município foi colocadaa meia haste, e foi endereçada à família e amigos as mais sentidas condolências por esta perda inestimável.

A Eduardo Lourenço reforço o nosso agradecimento,“pela sua estima e enriquecimento humano à cidade de Coimbra, que muito o preza”.

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