Cidade
Rota dos cafés portugueses com história apresentada em Coimbr
A rota dos cafés de Portugal com história foi apresentada no Café Santa Cruz, em Coimbra, numa tertúlia com proprietários de diversos daqueles estabelecimentos de todo o país e agentes de cultura e turismo.
Reunindo mais de duas dezenas de cafés históricos, a rota pretende “preservar e divulgar o património” constituído por cafés que, pela sua história e características, se assumem frequentemente como “âncoras” das zonas ou mesmo das cidades ou vilas em que se localizam, disse à agência Lusa Vítor Marques, gerente do Café Santa Cruz, em Coimbra, mentor e impulsionador do projeto.
Além de “aproximar estes espaços que são marcas e identidades” de centros urbanos, a ‘Rota dos Cafés com História de Portugal’ também quer contribuir para a preservação deste tipo de estabelecimentos ou promover a sua reabilitação ou criar novos cafés em espaços e conferir-lhes o ambiente que os tornam “históricos” e “diferentes”, sustenta aquele responsável.
Na tertúlia no Café Santa Cruz, foi, ,”reconhecido o papel na vida social, económica e até das mais intensas vivências políticas de uma malha urbana, do café histórico”, salienta Vítor Marques, da gerência do estabelecimento, adiantando que vai ser lançado um livro com fotografias dos cafés que integram a rota e com folhas em branco para que os clientes possam registar as suas sensações ou memórias que cada um dos cafés lhes sugere.
Posteriormente, será editada uma edição na qual, além das fotografias também será contada a história e as histórias de cada estabelecimento, revelou Vítor Marques, sublinhando que os cafés da nova Rota também estarão ‘on-line’ – “hoje mesmo já foi lançado o projeto no Facebook”.
Estes cafés são “depositários de décadas, por vezes séculos, de hábitos, gostos, convívios, vivências de gerações”, defende Rodrigo Silva, do Café São Gonçalo, de Amarante, que foi frequentado por figuras como o escritor e poeta Teixeira de Pascoaes (que dedicou um poema ao próprio café), os pintores Mário Cesariny e Cruzeiro Seixas ou OS militares Mário Delgado e Sousa e Castro, que ali conspiraram.
Apesar da sua história, o Café de São Gonçalo tem “mais dificuldade de atrair visitantes do que os estabelecimentos localizados em centros com maior capacidade turística”, mas a Rota pode contribuir para que o café se torne, ele próprio, num pretexto para uma visita à vila ou cidade em que se localiza, admite Rodrigo Silva.
A ‘Rota dos Cafés com História de Portugal’ é “uma boa ideia, é um bom projeto” que “pode ajudar a preservar” e a “recuperar” este tipo de estabelecimentos ou a promover a criação de novos espaços com estas características, mesmo em espaços que nunca serviram esta área, mas que nem por isso deixam de ter histórias para contar e ambientes próprio, acredita, Agostinho Barrias, dos cafés Majestic e Guarany, no Porto.
Os responsáveis daqueles cafés falavam ontem à tarde, em Coimbra, durante uma visita ao criptopórtico do Museu Machado de Castro, no âmbito de um programa para assinalar o lançamento da Rota e do qual também fazem parte, além da tertúlia, visitas à Universidade de Coimbra e à Igreja de Santa Cruz e um passeio pedonal entre a Alta e a Baixa da cidade.
Além daqueles cafés, integram a Rota a Versailles, Martinho da Arcada, Brasileira do Chiado, Nicola, Bérnard, Pastéis de Belém e Confeitaria Nacional, de Lisboa, o Milenário e o Teto de Mercúrio (Guimarães), o Brasileira e o Vianna (Braga), a Pastelaria Gomes (Vila Real), o Aviz e o Piolho (Porto), o Paraíso (Tomar), o Alentejano (Portalegre), o Cadeia Quinhentista (Estremoz), o Arcada (Évora) e o Calcinha (Loulé).
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