Cinema
Curso do Centro de Estudos Cinematográficos quer fazer surgir novos profissionais
O Centro de Estudos Cinematográficos (CEC) quer potenciar o surgimento de profissionais do cinema na região Centro, através de um curso de seis meses em que participantes, com pouca ou nenhuma experiência, transformam uma ideia numa curta-metragem.
Entre alterações de última hora, cansaço acumulado de cinco dias de gravações e questões técnicas, a equipa rodava na quinta-feira as últimas cenas da comédia intitulada “Paloma”, na Quinta das Lágrimas, em Coimbra.
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Agora, há a “expectativa de ver o produto final”, contou à agência Lusa João Louro, participante de 53 anos, que decidiu ingressar no curso para mais tarde fazer “trabalhos ao nível do documentário”, nunca tendo imaginado que para “se levar a cabo uma curta-metragem” fossem necessárias tantas “fases e diferentes equipas”.
O curso, que começou em 2011 e vai agora na sua 11.ª edição, permite, através de módulos que podem ser frequentados separadamente, que “entusiastas, estudantes e trabalhadores” consigam “criar um filme, da sua ideia ao objeto final”, contou Tiago Santos, da organização do curso.
Em mais de 300 horas de formação, surge uma obra que é o resultado das diferentes aulas e das diferentes pessoas que foram passando no curso, num trabalho coletivo que começou em “dezembro com os módulos de argumento”, aclarou.
“Paloma” aborda “as pequenas grandes barreiras para se atingir a plenitude da felicidade”, através de uma história da relação entre “uma senhora e uma pessoa importante da Igreja que volta a Portugal”, explicou Tiago Santos, admitindo ter “esperança” que o filme “integre os festivais mais importantes do país e quiçá internacionais”.
A curta explora o tema “Redes”, da Semana Cultural da Universidade de Coimbra, em que está inserida, mas, para além do argumento, “a própria produção” é baseada “numa distribuição de conhecimentos”, com a participação de associações de cinema e de teatro da região, frisou.
“Grande parte dos formandos” das duas edições anteriores “começam agora a produzir filmes de forma independente”, sublinhou Tiago Santos, referindo que o CEC está também a desempenhar “um papel social para o desenvolvimento da sétima arte no Centro do país”.
De acordo com Joana Resende, uma das participantes, o curso “está a ser muito interessante” e serve para “ver todos os papéis que fazem parte de uma produção e que todos eles são importantes para o resultado final do filme”.
António Moura, jovem de 16 anos, participou em todas as fases do processo de construção do filme, estando agora na fase de realização “a tratar um pouco da direção de arte, da maquilhagem e do guarda-roupa”, para além de “andar um pouco à volta” para perceber “todas as facetas da construção de um filme”.
“Agora, estamos no último dia, a gravar a última cena e vemos o guião a ser mudado 50 vezes e a ter milhões de problemas técnicos”, contou, considerando que “ver como se lidar com um guião e torná-lo ‘filmável’ foi a melhor maneira de aprender a fazer um filme”.
Com a participação, António Moura sai com a vontade “reforçada” de seguir cinema, apesar de ouvir “muito os formadores a dizerem que é difícil fazer cinema, especialmente em Portugal. Isto só me dá mais vontade de fazer e de querer experimentar”.
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