Coimbra
Alexandra confirma união sem saber com que torrão vai ficar
O PSD de Montemor-o-Velho anunciou ontem a retirada da confiança política à vereadora Alexandra Ferreira, que assumiu um acordo com o executivo socialista, acusando a autarca de sobrepor o interesse pessoal às ideias, causas e convicções ao mesmo tempo que acusou a senhora de ter celebrado um acordo com o presidente da autarquia “tendo em vista a assunção imediata de pelouros, em regime de meio tempo, e um compromisso de inclusão na lista do PS à câmara municipal nas próximas eleições autárquicas, em lugar elegível”, afirmação que a visada nega.
“Isso é totalmente falso, nem há ainda uma decisão definitiva sobre pelouros. E o único acordo foi para este mandato”, disse à agência Lusa Alexandra Ferreira.
A vereadora, que exerceu o cargo no anterior mandato em funções executivas, nas listas de coligação PSD/CDS-PP, disse ter acedido ao convite de Emílio Torrão, feito publicamente, em março, numa reunião do executivo, na sequência de contactos anteriores, estabelecidos após a vitória eleitoral do PS, embora sem maioria absoluta.
“Foi-me dada esta oportunidade para continuar a trabalhar para o concelho e resolvi aceitar. Tenho alguma disponibilidade de tempo, mas também tenho aspirações profissionais. Não é meu objetivo fazer da minha vida uma vida exclusivamente política, nem olho a ideologias políticas, sou independente”, sustentou.
À Lusa, Emílio Torrão confirmou que não existe, ainda, qualquer acordo com a vereadora sobre pelouros, admitindo, no entanto, que Alexandra Ferreira possa vir a trabalhar na área social, onde chegou a exercer funções no anterior mandato.
“A vereadora estava totalmente subaproveitada no executivo anterior. Tem disponibilidade de tempo, é claramente uma mais-valia para o projeto que temos para o concelho”, afirmou.
O presidente da Câmara de Montemor-o-Velho disse ainda que o acordo com Alexandra Ferreira é “independente” do acordo pós-eleitoral assinado com a CDU (e que levou à atribuição de vários pelouros ao vereador Jorge Camarneiro), garantindo a maioria absoluta ao PS, no executivo.
“Na altura [do acordo com a CDU] reservei essa prerrogativa [de poder estender o acordo]. Foi o que fiz”, disse Emílio Torrão.
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