A greve geral de enfermeiros convocada pelo Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (Sindepor) realiza-se entre 09 e 13 de novembro, em todo o país, à exceção da Região Autónoma da Madeira, anunciou hoje o sindicato.
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“O Sindepor convocou uma greve geral para a segunda semana de novembro, de 09 a 13, que vai abranger todo o país. A Madeira está excluída”, afirmou o presidente do sindicato, Carlos Ramalho, numa conferência de imprensa em Évora.
Carlos Ramalho indicou que a paralisação não se realiza na Madeira porque o Governo Regional “tem mostrado sempre uma abertura e uma capacidade negocial muito grande” e estabelecido acordos com o sindicato para “tentar ultrapassar os problemas”.
Quanto à greve, o sindicalista afirmou que “os enfermeiros estão extremamente descontentes” com a atual situação profissional e que, com a pandemia de covid-19, agravaram-se os problemas destes profissionais.
“A capacidade de resposta é muito limitada e os enfermeiros estão extremamente exaustos. Na primeira fase [da pandemia], já foi complicado para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e para os enfermeiros e agora ainda está a ser mais complicado”, referiu.
Segundo o presidente do Sindepor, o sindicato exige o descongelamento das progressões da carreira, a atribuição do subsídio de risco para todos os enfermeiros e, sendo “uma profissão de desgaste rápido”, a aposentação aos 57 anos.
O dirigente deste sindicato notou que os enfermeiros tinham grandes ambições em relação à nova carreira, a qual, defendeu, “acabou por ser uma falácia, porque foi uma imposição do Governo e não trouxe nada de novo”.
Carlos Ramalho realçou que “a grande generalidade” dos enfermeiros que estão a ser contratados para o SNS ficam com “contratos de quatro meses”, considerando que “os contratos com termo não dão garantias nenhumas” aos profissionais.
Questionado sobre eventuais constrangimentos nas unidades de saúde provocados pela greve em tempos de pandemia de covid-19, o presidente do Sindepor disse compreender que exista “algum mal-estar” da população, mas garantiu que a paralisação vai decorrer “de forma a prejudicar o mínimo possível” os utentes.
“O que pretendemos é dar um sinal ao Ministério da Saúde e ao Governo de que os enfermeiros estão descontentes e que é preciso que olhem com mais atenção para a classe”, concluiu.