Primeira Página

Covid-19: Bastonária dos enfermeiros critica falta de operacionalização do plano de inverno

Notícias de Coimbra | 4 anos atrás em 21-10-2020

A bastonária dos enfermeiros criticou hoje a falta de operacionalização do plano outono-inverno de combate à pandemia, a aplicação de “medidas avulsas” e a ausência de outras que estão “a interferir” na prestação de cuidados de saúde.

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

publicidade
publicidade

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

publicidade
publicidade

Ana Rita Cavaco

“Não faz sentido não haver uma estratégia, o plano outono-inverno é efetivamente muito bom no papel, mas neste momento falta a operacionalização. Nós tivemos oito meses para preparar todas estas medidas, tudo aquilo que está a acontecer agora no dia-a-dia, nomeadamente os centros de saúde estarem sem vacinas quando começou a época de vacinação contra a gripe”, disse hoje a bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco.

A bastonária falava à saída de uma audiência com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, em Belém, que decorreu ao início da tarde de hoje.

“A questão da operacionalização está aqui e noutras medidas que não se tomam e que estão a interferir naquilo que é o nosso dia a dia de prestação de cuidados de saúde”, disse.

Ana Rita Cavaco, que defendeu que “o país tem tratado mal os enfermeiros”, criticou também a “ausência de estratégia” para estes profissionais, “que estão absolutamente cansados, desmotivados, um bocadinho fartos de promessas vãs”.

A bastonária disse que “não é possível pedir tudo aos enfermeiros e não dar nada em troca”.

“Olhamos para o Orçamento do Estado e não vemos lá nenhum acréscimo, nenhum dinheiro para atribuir a estes profissionais”, disse a bastonária, criticando a criação de um subsídio de risco para profissionais de saúde na linha da frente ao combate à pandemia, questionando o que pode ser considerado “linha da frente” em prestação de cuidados de saúde, afirmando que dentro da expressão cabem todos os que “estão a aguentar o serviço, covid e não-covid”.

Para a bastonária há “uma série de questões a corrigir” em relação aos enfermeiros, como a idade da reforma, progressão e descongelamento na carreira e salários, frisando, mais uma vez, que a generalidade destes profissionais ganha cerca de 900 euros líquidos por mês.

Sobre os cerca de 20 mil profissionais emigrados, a bastonária referiu que apenas com condições atrativas, que não passam por contratos de quatro meses no âmbito do combate à pandemia, mas sim por contratos sem termo, estes enfermeiros podem ponderar um regresso, acrescentando que serão profissionais necessários para responder à recuperação de milhares de cirurgias e consultas adiadas nos últimos meses.

Voltou também a referir que existem mais de 400 profissionais desempregados que podiam substituir enfermeiros especialistas em saúde pública colocados noutros serviços e que podiam estar adstritos a equipas de saúde pública no rastreio de contactos de infetados com covid-19.

Na audiência com o Presidente da República foi ainda abordada a presença de enfermeiros nos lares, tendo Ana Rita Cavaco referido que já foi pedido pela Ordem dos Enfermeiros à ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, a revisão da portaria para permitir uma exigência de mais enfermeiros nos lares.

Related Images:

PUBLICIDADE

publicidade

PUBLICIDADE