Coimbra

Promotores de eventos lamentam cancelamento de festa em Cantanhede

Notícias de Coimbra | 4 anos atrás em 16-10-2020

A Associação de Promotores de Espetáculos, Festivais e Eventos (APEFE) defendeu hoje que os cancelamentos de espetáculos ao vivo, anunciados nos últimos dias por algumas autarquias, não têm “qualquer fundamento”.

Imagem figurativa

“Desde 01 de junho é possível fazer espetáculos ao vivo em Portugal, de acordo com as normas da DGS [Direção-Geral da Saúde], e foram realizadas entre 01 de junho e 13 de outubro mais de 12 mil atividades culturais, de forma exemplar. O que está a acontecer nestes últimos dias é que algumas autarquias pedem pareceres aos delegados de saúde locais, que dão pareceres negativos, e as autarquias cancelam os espetáculos, na nossa opinião sem qualquer fundamento”, afirmou Sandra Faria, da APEFE, em declarações à Lusa.

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Portugal Continental entrou às 00:00 de quinta-feira em situação de calamidade, devido ao aumento do número de casos de covid-19, com novas regras restritivas para travar a expansão da pandemia. A situação de calamidade vai manter-se, pelo menos, até 31 de outubro, altura em que o Governo fará uma reavaliação.

Apesar disso, as normas em relação à realização de espetáculos mantêm-se inalteradas, como confirmou à Lusa fonte oficial da Inspeção-Geral das Atividades Culturais (IGAC).

Um dos exemplos dados pelos promotores está relacionado com Cantanhede, cuja Câmara Municipal decidiu cancelar a Festa d’Anaia, que deveria decorrer hoje e no sábado em Pena, 

“Na quinta-feira da semana passada, foi-nos comunicado pela Câmara Municipal de Cantanhede o parecer positivo relativamente ao Plano de Contingência para a Festa d´Anaia e foi-nos dada luz verde para avançarmos com o evento. […] Hoje, com muito pesar, recebemos uma péssima notícia. Foi-nos comunicado pela Câmara Municipal de Cantanhede que […] a Festa D’Anaia teria de ser (novamente) cancelada”, lê-se num comunicado divulgado na quarta-feira pela organização.

A organização ficou surpreendida com esta decisão, garantindo ter trabalhado “muito para apresentar um plano sério. 

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Recordamos que na quarta-feira, a Câmara Municipal de Guimarães anunciou que a realização de eventos em equipamentos culturais do município e espaços públicos da cidade apenas seria autorizada, a partir desse dia, mediante um parecer vinculativo da Autoridade de Saúde.

Esta decisão tinha sido aprovada na terça-feira em reunião extraordinária da Comissão Municipal de Proteção Civil e “resulta da situação epidemiológica que atualmente se verifica no concelho, obrigando à adoção de medidas mais restritivas do que aquelas que atualmente estão previstas no quadro legal”.

Esta reunião foi convocada depois da polémica gerada em torno de um espetáculo no Multiusos de Guimarães, em 09 de outubro, com os humoristas Hugo Sousa, Ana Garcia Martins (Pipoca mais Doce) e Nilton.

Para Sandra Faria, “estas situações só trazem contaminação a outras autarquias, desinformação da opinião pública, crescimento de medos e receios sem qualquer tipo de fundamento e sem sentido”.

“O Governo já está a par desta situação, mas são as autarquias que definem estes cancelamentos quando são promotores desses espetáculos e desses eventos. Se for um promotor privado, já a autarquia não pede parecer ao delegado de saúde pública”, explicou a dirigente da APEFE.

A associação sabe “de outros locais que estão a seguir este exemplo”, de cancelarem espetáculos.

“Quanto a nós é um exemplo que não faz sentido. Há uma lei, há regras estipuladas, há um guia de boas práticas, há um guia de segurança. Todas as salas estão a cumprir. Porquê isto agora?”, questionou.

Sandra Faria salienta que “as pessoas irem a uma sala de espetáculos, ou a um recinto que está com as normas implementadas, é mais seguro do que ir a um supermercado”.

“Todos tivemos que nos adaptar a estas novas regras de funcionamento, que têm sido exemplares nas atividades culturais”, disse.uro e responsável, que foi aprovado pelas autoridades competentes há menos de uma semana”. 

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