Quatro coros do distrito de Coimbra, dois adultos e dois infantis, e uma orquestra de Gaia decidiram juntar-se para dar visibilidade cultural “à música coral infantil”, incentivando também a criação de novas composições.
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O protocolo assinado pretende “dar uma força maior” à música coral infantil e chamar a atenção para o trabalho desenvolvido “por estes coros”, explicou Maria do Céu Pereira, presidente da direção do Coro dos Pequenos Cantores de Coimbra, uma das organizações envolvidas.
O protocolo foi celebrado entre os Pequenos Cantores, o Choral Polyphónico João Rodrigues de Deus, de Penela, o Grupo Vocal Ad Libitum, o grupo infantil Cherubinni Ad Libitum – os dois de Coimbra – e a Orquestra Per-Gaya, de Vila Nova de Gaia.
“Muitas vezes, estes grupos não têm apoio nenhum ou quase nenhum”, lamentou Maria do Céu Pereira, considerando que esse apoio não passa apenas por uma questão financeira mas por “mais visibilidade cultural”.
Com a junção de esforços, “há um maior ânimo” no trabalho que cada um faz, disse à agência Lusa, constatando que a formação através da música “é algo pouco desenvolvido em Portugal”.
Para Maria do Céu Pereira, o trabalho do grupo “envolve muita emoção, porque assiste-se a um crescimento [das crianças] até à idade de irem para a universidade e alguns para o conservatório”.
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Nos 32 anos de história dos Pequenos Cantores de Coimbra, já foram “muitos os coralistas que fizeram um percurso brilhante e com carreiras internacionais”, acrescentou.
Com o protocolo assinado, a presidente do coro considerou que será possível “incentivar também a criação” de novas composições de música coral infantojuvenil e promover novos compositores.
A união dos cinco grupos materializa-se em dois concertos, no sábado, em Coimbra, e a 16 de abril em Espinho, em que apresentam a obra “Stabat Mater”, de Luís Cardoso, compositor com pós-doutoramento em Ciências Musicais pela Universidade de Coimbra, e dirigida pelo maestro João Costa, da orquestra de Vila Nova de Gaia.
O maestro dos Pequenos Cantores de Coimbra, Paulo Bernardino, salientou que o concerto envolve cerca de 150 pessoas e que surge da “surpresa” de Luís Cardoso na qualidade do coro infantil de Coimbra.
Segundo Paulo Bernardino, o coro infantil “é muito importante”, recordando que há muitos coros adultos de Coimbra que têm nos seus grupos antigos membros do Coro dos Pequenos Cantores.
O protocolo envolve também “investigação musicológica”, que passa pela transcrição e interpretação de peças portuguesas, com especial destaque para música coral infantil, explanou.
“O fenómeno do coro infantil tem vindo a crescer em Portugal, mas há poucas composições dirigidas para este tipo de coros”, concluiu o maestro.
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