Coimbra

Politécnicos alertam para custos incomportáveis no próximo ano letivo

Notícias de Coimbra | 4 anos atrás em 11-09-2020

O presidente Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP) alertou hoje que os custos que as instituições estão a ter com a preparação do ano letivo podem tornar-se rapidamente incomportáveis.

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“Estamos a ser confrontados com um acréscimo de custos extremamente significativo e que se vai tornar incomportável a curto prazo”, disse à Lusa Pedro Dominguinhos, explicando que, além do investimento que as instituições estão a fazer, acresce a redução de receitas provenientes das propinas.

No ensino superior, o novo ano letivo arranca de forma progressiva durante o mês de setembro, com os novos alunos a chegarem em outubro, depois de receberem o resultado das candidaturas em 28 de setembro.

Neste momento, os politécnicos estão a ultimar pormenores e, além das regras sanitárias que vão ser implementadas em todas as instituições, uma das principais alterações diz respeito à organização e funcionamento das aulas, que vão ser dadas a partir da sala de aula tanto para os alunos que as frequentem presencialmente, com para aqueles que estão em casa.  

Na impossibilidade de diminuir o número de alunos por turma, a maioria das instituições está a optar por um regime de ensino misto rotativo em que, por exemplo, metade da turma tem aulas presencialmente e a outra metade está a acompanhar, em direto e à distância.

Para isso, os politécnicos estão a investir na dotação tecnológica das salas, com a instalação de equipamentos de transmissão de vídeo, que representa, segundo o presidente do CCISP, um grande esforço financeiro.

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“Estamos a falar de investimentos que podem ir até cerca de três mil euros por sala”, referiu, revelando que no caso da instituição que dirige, o Instituto Politécnico de Setúbal, o custo ascende os 150 mil euros.

Para Pedro Dominguinhos, que defendeu a criação para o ensino superior de um programa semelhante ao da Escola Digital para o básico e secundário, trata-se de um investimento que não só é necessário para o contexto atual, mas também é importante para a modernização do ensino superior no futuro.

Esta preocupação foi hoje partilhada por diferentes presidentes, durante a reunião plenária do CCISP que se realizou na Universidade do Algarve, mas além deste custo, e daqueles associados à aquisição de materiais e equipamentos de higiene e segurança sanitária, os politécnicos referiram um outro gasto acrescido e decorrente da covid-19.

“Uma outra situação que nos preocupa tem a ver sobretudo com os equipamentos de proteção individual (EPI), em particular para os alunos da Saúde”, referiu Pedro Dominguinhos.

Segundo o presidente do CCISP, as instituições estão a ser confrontadas com a necessidade de adquirir quantidades significativas de EPI, como máscaras e batas, em valores que variam entre os 300 mil e os 400 mil euros.

“A juntarmos isto aos outros custos que já estamos a ter e nos quais não temos tido qualquer tipo de comparticipação, com a redução das propinas e o reforço da ação social, temos um acréscimo de custos extremamente significativo”, sublinhou.

No âmbito da preparação do ano letivo, as instituições estão também a concluir manuais em que estarão previstos os procedimentos em caso de serem identificados casos suspeitos ou confirmados de infeção do novo coronavírus nos ‘campi’.

Pedro Dominguinhos não adiantou muito sobre esses procedimentos, sublinhando que é uma questão de grande complexidade, mas revelou que, num esforço de controlar o risco de contágio, as instituições vão promover a utilização da aplicação de rastreio ‘Stayaway Covid’ e algumas vão realizar testes aleatórios à comunidade académica ao longo do ano letivo.

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