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Adesão à greve dos trabalhadores do SUCH ronda os 70% na região Centro
Cerca de 70% dos trabalhadores do Serviço de Utilização Comum dos Hospitais (SUCH) da região Centro aderiram à greve nacional de dois dias, que termina hoje, em protesto pela falta de resposta da empresa às suas reivindicações.
Segundo António Baião, da Federação dos Sindicatos de Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal (FESAHT), a greve está a ter uma “grande adesão”, correspondendo ao “grande descontentamento dos trabalhadores face ao desrespeito que a empresa demonstrou ao não querer negociar o que está em cima da mesa do Acordo de Empresa” em relação aos salários e melhoria das condições de vida.
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Falando em frente aos Hospitais da Universidade de Coimbra, onde esta manhã se concentraram em protesto cerca de meia centena de trabalhadores, o dirigente sindical disse que o SUCH não está disponível para discutir matérias que impliquem aumento de despesa.
“Sabemos que há dinheiro para muita coisa, para pagar viaturas novas para a administração e para pagar horas extraordinárias aos trabalhadores que estão a tentar diminuir o efeito da greve, trabalhando mais do que um turno, mas não há para os trabalhadores que ganham, na esmagadora maioria, o salário mínimo nacional”, lamentou António Baião.
Além do aumento salarial de 90 euros, os trabalhadores do SUCH reclamam uma redução do horário de trabalho para as 35 horas semanais, pagamento do subsídio de risco de 7%, pagamento de mais um euro por hora em trabalho prestado ao sábado e domingo e atualização do subsídio de refeição para 5,10 euros.
Exigem ainda a criação de um regime de diuturnidades, a vencer de quatro em quatro anos, no valor de 20 euros cada, atribuição de uma compensação extraordinária para os que também estiveram na linha da frente contra a pandemia, criação de um complemento de doença e de acidente de trabalho, realização de testes de despistagem da covid-19, reforço do quadro de pessoal, contra os ritmos intensos de trabalho, por melhores condições de vida e de trabalho.
Os trabalhadores aprovaram hoje uma moção em que consideram a posição do SUCH “uma afronta”, depois da empresa se ter comprometido a apresentar uma proposta de aumentos salariais, e em que denunciam novamente as “horríveis e violentas” condições de trabalho, devido à falta de pessoal, e as “condições obsoletas dos equipamentos e instalações e à ausência de proteção devida aos trabalhadores e testes de despistagem da covid-19”.
De acordo com António Baião, a empresa também se recusa a pagar a compensação suplementar decidida na Assembleia da República para os trabalhadores do Serviço Nacional de Saúde (SNS), quando os trabalhadores do SUCH “foram equiparados aos funcionários públicos, designadamente os que trabalham nas cantinas, lavandarias, resíduos e manutenção hospitalar”.
“Vamos dizer à ministra da Saúde que estes trabalhadores, que no período da pandemia foram considerados trabalhadores da saúde, tem de ser incluídos no valor complementar de salário a dar a médicos, enfermeiros e assistentes operacionais”, frisou o dirigente sindical, referindo que será uma reivindicação que “não vão deixar cair”.
O representante da FESAHT disse ainda que a adesão à greve a nível nacional ronda também os 70% dos cerca de 4.000 trabalhadores operacionais do SUCH, estando assegurados os serviços mínimos.
Para a empresa prestar um bom serviço, António Baião referiu que seria preciso contratar mais um milhar de trabalhadores.
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