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Este ano haverá menos fruta e menos vinho, prevê o INE

Notícias de Coimbra | 4 anos atrás em 19-08-2020

A campanha agrícola deste ano deverá registar menor produtividade nas fruteiras, vinha, tomate e arroz, em parte devido ao granizo e temperaturas altas, segundo as previsões divulgadas hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

“As previsões agrícolas, em 31 de julho, apontam para a diminuição da produtividade nos frutos frescos e na vinha”, refere o INE, atribuindo este decréscimo dos rendimentos unitários face à última campanha à “conjugação de uma série de situações adversas, nomeadamente abrolhamentos heterogéneos, floração irregular e fenómenos meteorológicos extremos como granizo ou temperaturas muito elevadas”.

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Neste contexto, preveem-se face ao ano anterior reduções de 35% na pera (cuja campanha será das menos produtivas campanhas das últimas duas décadas), 30% no pêssego (para oito toneladas por hectare), 20% na maçã (-8% face à média dos últimos cinco anos, para 19,5 toneladas por hectare) e 5% na uva para a produção de vinho.

Já na amêndoa, espera-se uma diminuição da produtividade da ordem dos 5% face a 2019, “sobretudo em resultado das condições meteorológicas por altura da floração/vingamento em Trás-os-Montes”.

No que se refere às culturas de primavera, o INE antecipa “a manutenção da área semeada de milho para grão, num período em que os preços desta ‘commodity’ nos mercados internacionais se encontram relativamente estabilizados”.

Quanto à colheita do tomate, que começou no final de julho, deverá registar uma produtividade 10% inferior à de 2019 (que foi a mais produtiva dos últimos 30 anos), mas “em linha com a média quinquenal 2015-2019.

A produção de arroz também deverá diminuir (em 5%, para 5,1 toneladas por hectare) devido a “problemas de controlo de infestantes e, pontualmente, escassez de água”, registando um resultado “significativamente inferior” à média de 5,8 toneladas dos últimos cinco anos.

Relativamente à batata de regadio, o INE aponta para um rendimento unitário semelhante ao da campanha anterior e uma “boa qualidade” geral dos tubérculos, apesar de na segunda quinzena de julho se terem observado “casos de colheitas com menor qualidade ou com menor capacidade de armazenamento”.

Nos cereais de outono/inverno, cuja colheita ainda decorre em algumas regiões, a produção deverá ficar abaixo das 200 mil toneladas pelo segundo ano consecutivo, com um decréscimo de 5% face a 2019, sendo que, a confirmarem-se estas previsões, “esta será a quarta campanha com um valor de produção inferior a 200 mil toneladas (todas já neste século)”.

A este propósito, o INE nota que a produção média dos cereais de inverno caiu “cerca de quatro quintos após a implementação do desligamento das ajudas às culturas arvenses, introduzido pela reforma da PAC [Política Agrícola Comum] de 2003”.

As pastagens e as forragens beneficiaram, por sua vez, das condições climatéricas registadas na primavera, o que se traduziu numa produção “superior ao normal”.

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