Economia

Construção cai para o século XX

Notícias de Coimbra | 11 anos atrás em 27-03-2014

Um plano estratégico para a fileira da construção, apresentado hoje em Coimbra, afirma que o setor baixou para “níveis de há 20 anos” e que registou “acentuada” quebra nas vendas e no emprego, “especialmente nos últimos cinco anos”.

A situação reflete-se particularmente na maioria das pequenas e médias empresas da fileira, que se debatem com uma “crise financeira sem precedentes”, restrições de acesso ao crédito, diminuição da rendibilidade e aumento das insolvências, “aumento das exigências fiscais e laborais” e “dificuldades de internacionalização”, entre outros problemas.

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Para enfrentar a situação, o plano estratégico apresentado durante a tarde de hoje, num hotel de Coimbra, pela Associação Portuguesa dos Comerciantes de Materiais de Construção (APCMC), aponta a necessidade de o setor “aumentar a rendibilidade das vendas” e de melhorar o seu “posicionamento estratégico”.

A fileira da construção precisa, para isso, de “alargar a área geográfica de intervenção no mercado”, internacionalizando-se, mas também ampliando a sua presença dentro do próprio território nacional, designadamente através da abertura de delegações/representações das empresas em regiões onde ainda não têm qualquer presença, exemplificou, José Matos, secretário-geral da APCMC, em declarações à agência Lusa, à margem da sessão.

“Mas a internacionalização é essencial”, sustentou aquele responsável, sublinhando que se as empresas não tivessem, nos últimos anos, apostado no mercado externo, a situação no setor seria “ainda pior” e “muitas mais” firmas teriam encerrado.

A intensificação da ação comercial, a “divulgação de competências, com recursos a meios de vasta audiência” e a inovação da “oferta focalizada na fiabilidade da organização para a venda de soluções, integrando produto, serviço e assistência técnica, que prefigurem ‘chave na mão’”, são outras das medidas preconizadas.

A nível da organização interna, o plano considera “essencial melhorar a organização” e “criar dinâmicas de envolvimento dos colaboradores”, com base em estratégias operacionais que passam pela “liderança de gestão”, pela “capitalização das empresas” e pela “qualidade do serviço”.

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A qualidade do serviço é “indissociável da qualidade da liderança da gestão e dos recursos humanos e financeiros disponíveis”, sem os quais ficará comprometido o sucesso de qualquer estratégia, “por muito bem concebida que seja”, alerta o plano estratégico da APCMC para, salientando que a qualidade promove o aumento da produtividade e a racionalização de custos.

É também essencial a “cooperação entre a administração pública (central e regional) e as empresas, pela necessidade em promover o investimento, novos fatores de competitividade, criara riqueza e emprego, onde se alicerça a coesão social e a sustentabilidade ambiental”, sustenta o plano.

Essa cooperação passa, designadamente, pela liquidação, por parte do Estado, dos “valores em débito às empresas”, medida que contribuirá para “injetar liquidez no mercado” e para “criar confiança nos agentes económicos”.

 

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