Cidade
Esquecer o passado dos Jardins do Mondego para subir aos Terraços do Rio. Câmara viabiliza regresso ao mercado imobiliário
O embargo e a construção em zona proibida é “passado para esquecer” disse ontem o vice-presidente da Câmara de Coimbra à margem da sessão de executivo. Jardins do Mondego chamam-se agora “Terraços do Rio”.
Deixaram de estar suspensos os Jardins do Mondego e agora estão em alta os Terraços do Rio, com um empurrão do município de Coimbra, que diz ter viabilizado a obra e o consequente regresso ao mercado imobiliário do empreendimento. Terraços do Rio é a nova marca do empreendimento residencial que desde há quinze anos mostra os esqueletos de construção transformando a imagem da margem direita do Mondego em Coimbra.
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A obra parada desde 2005 na zona ribeirinha de Coimbra e que foi comprada no final do ano passado por empresários da região tem agora um novo nome, numa operação de marketing e “rebranding” para fazer esquecer a história já longa de processos administrativos e judiciais.
Embargada pela autarquia há 15 anos por ter um piso a mais do que o licenciado, o empreendimento foi depois objeto de um processo pelo Tribunal Administrativo de Coimbra por terem sido licenciados e construídos dois lotes em zona não urbanizável do Plano Diretor Municipal.
À margem da sessão de câmara, o vice-presidente Carlos Cidade, também responsável pelo urbanismo, fez uma publicação numa rede social dizendo que “Jardins do Mondego é um passado para esquecer” e que os futuros “Terraços do Rio contribuem para a valorização de Coimbra”.
“Não posso deixar de registar o empenhamento e as decisões tomadas pela Câmara Municipal de Coimbra, de acordo com as decisões judiciais, que definitivamente resolveram um problema urbanístico da nossa cidade. Valeu a pena e como responsável pela Gestão Urbanística, junto com o Presidente Manuel Machado, sinto orgulho em ter dado o meu contributo, nas funções que desempenho, para a resolução deste problema, juntamente com todos os colaboradores municipais! Acrescento também, que a empresa construtora, gabinete de arquitetura, fiscalização, são 100% de Coimbra, com técnicos e operários com uma enorme vontade de fazer a obra! Desejo os maiores sucessos aos investidores pela coragem, pois será Coimbra que vencerá.” – escreveu Carlos Cidade no Facebook.
A reunião centrou-se em grande parte no debate sobre as obras da Estação Velha, ligadas ao Sistema de Mobilidade do Mondego. Uma das estações do antigo Ramal da Lousã situa-se junto ao empreendimento, que já regressou ao mercado imobiliário, como se comprova por anúncios publicados na imprensa que descrevem o conjunto de lotes de apartamentos bem como a criação de infraestruturas de ligação com a margem do Rio Mondego, junto ao Parque Verde.
Ontem, não foi entregue à comunicação social qualquer documento acerca do processo de resolução administrativa dos Terraços do Rio, não tendo também o presidente da Câmara especificado em entrevista aos jornalistas após a reunião quais os lotes a intervencionar para viabilizar o empreendimento nem adiantado pormenores sobre o mesmo.
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